Um caso inusitado ganhou repercussão nas redes sociais depois que Bernadette Mukakabera, de Ruanda, permitiu a união de seu filho com a filha do assassino de seu marido, que morreu no massacre de 1994, quando aproximadamente 800 mil pessoas foram mortas em 100 dias.
Em entrevista à BBC, ela disse que os filhos de ambos não têm nada a ver com o que aconteceu. “Eles simplesmente se apaixonaram e nada deveria impedir as pessoas de se amarem”, disse. Ela e o marido, Kabera Vedaste, eram membros da comunidade tutsi. Seus opositores, os hutus, começaram uma série de assassinatos aos rivais após a queda do avião em que o presidente do país estava. Um dos que matou pela política foi Gratien Nyaminani, que morava com a família ao lado da de Bernadette, em Mushaka, no oeste de Ruanda.
Após os massacres, quando um grupo rebelde tutsi tomou o poder, milhares de pessoas acusadas de envolvimento nos assassinatos foram presas. Gratien foi preso e julgado, mas, em 2004, ele contou a Bernadette como havia assassinado seu marido e pediu desculpas. Ela o perdoou e, por isso, Gratien não teve que cumprir o restante da pena de 19 anos de prisão, mas de dois anos de serviço comunitário.