Nesta quinta-feira (24/9), durante uma reunião realizada no município de Dias d’Ávila, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), foi formalizada a parceria entre o Governo do Estado, por meio da Bahiafarma, e o laboratório ucraniano Indar para construção da primeira fábrica de insulina do hemisfério Sul, no município baiano.
No mês de agosto deste ano, a lei que institui a Companhia Baiana de Insulina (Bahiainsulina) foi sancionada pelo governador da Bahia, Rui Costa (PT).
Conforme destacou o diretor-presidente da Bahiafarma, Tiago Moraes, todo o ciclo fabril será realizado em Dias d’Àvila.
“Todo o ciclo fabril será realizado aqui no município, o que envolve a fabricação do insumo farmacêutico ativo da insulina e o envase. É um projeto de três a quatro anos, e pretendemos iniciar a parte de implementação fabril já no início de 2021”, disse Moraes.
De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), a Bahiafarma é detentora da Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) de insulina humana e tem como desafio tecnológico nacionalizar a produção deste insumo essencial. Essa PDP garante que o Ministério da Saúde adquira da Bahiafarma 50% da demanda nacional do SUS (Sistema Único de Saúde).
Na oportunidade, o presidente da Indar, Liubov Vishnevska, ressaltou que além dos impactos positivos na área de saúde, a construção da fábrica representa a geração de até 400 empregos diretos e mil indiretos no município.
“A fábrica será construída em Dias D’Ávila e gerará emprego para quase 400 pessoas. Este projeto é muito importante para o desenvolvimento de biotecnologia no Brasil e abastecimento da população brasileira pela insulina. Além disso, a fábrica ainda exportará o produto para outros países da América Latina”, afirmou Vishnevska.
Já o secretário de Saúde do Estado da Bahia, Fábio Vilas-Boas, frisou que a concretização do projeto tornará o Brasil um país independente da importação de insulina.
“A produção de insulina é uma questão de interesse nacional, porque nós não podemos depender de outros países. É fundamental que o Brasil dê o próximo passo na tecnologia farmacêutica, passando a produzir aqui, com tecnologia transferida, produtos com base biológica, como é o caso da insulina”, assegurou o secretário.
Faolando do cenário mundial, a Sesab explicou que três empresas detêm cerca de 80% do mercado, o que é um risco para quem é insulinodependente, tendo em vista as práticas de dumping para eliminar a concorrência, tabelamento internacional e, sempre que possível, elevação de preço da insulina.
O preço do frasco de insulina ao SUS chegou a cair de R$ 18 para R$ 9 com o anúncio da parceria com a Indar, laboratório ucraniano que fará a transferência de tecnologia, garante a pasta.
Cabe pontuar que, “a Indar cumpre com todas as exigências regulatórias brasileiras e nunca ocorreu quaisquer problemas registrados com a farmacovigilância. A Bahiafarma participa ativamente dos processos de transferência de tecnologia e de consolidação da produção nacional da insulina recombinante humana e seus derivados”, finalizou a Sesab.
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