O anúncio da saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça, nesta sexta-feira, 24, provocou reações imediatas na Câmara e no Senado Federal.

Em meio as acusações do agora ex-ministro, ao presidente Jair Bolsonaro sobre o interesse do mesmo em interferir na Polícia Federal (PF), diversos parlamentares utilizaram suas redes sociais para se posicionar a favor de Moro, ou contra as ações do presidente e também  para demonstrar preocupação com a independência da PF.

Na Câmara, o líder do PSDB, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) disse que a demissão de Moro é uma sinalização muito ruim para a sociedade. “Sua saída não só é uma perda considerável ao governo e ao País, como pode indicar uma mudança preocupante na condução dos assuntos pertinentes ao Ministério da Justiça. É lamentável que o governo, em um momento de crise como este, perca um aliado de tamanha envergadura moral”, disse Sampaio.

Ex-aliada de Bolsonaro, a líder do PSL deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), afirmou que a saída de Moro mostra que o governo traiu o sistema de Justiça. Ela também criticou o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente.

“Pode demorar quatro anos, mas a máscara dos hipócritas sempre cai. Quem quer controlar a PF, bananinha, é seu pai pra proteger você e seus irmãos dos crimes que cometeram: gabinete do ódio, rachadinha”, escreveu Hasselmann.

Na oposição, deputados falaram da necessidade de  abertura de processo de impeachment. “Moro fez acusações muito graves contra Bolsonaro. Já há motivos de sobra para um impeachment, como sinalizamos no pedido assinado por 1 milhão de pessoas. Rodrigo Maia precisa receber os pedidos de impeachment urgentemente”, cobrou a líder do Psol, deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS).

Senado

Os oposicionistas Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Humberto Costa (PT-PE) disseram que o ministro Moro apresentou uma “delação premiada”, implicando o presidente em vários crimes. Eles pediram uma investigação urgente e defenderam um pedido de impeachment contra o chefe do Executivo.

Ao dizer que o presidente da República quer alguém na PF com quem possa ‘colher relatório de informação’, o ministro acusa formalmente de grave crime de responsabilidade. É uma clara tentativa de obstrução de justiça. É preciso urgente investigação sobre o tema”, opinou Costa. 

Para Antonio Anastasia (PSD-MG), não deve ter sido fácil para o ministro tomar tal decisão e disse ainda que o ex-juiz merece todo o reconhecimento dos brasileiros.

“Imagino que a decisão do ministro em deixar a pasta não tenha sido fácil. Mas concordo que não podemos abrir mão de nossos valores e compromissos e daquilo que acreditamos. Desejo a ele sucesso nos seus próximos desafios”, escreveu.

 

 

 

 

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