De acordo com informações da Polícia Civil foi prorrogado, por mais 30 dias, o inquérito que apura a queda da médica Sáttia Lorena Patrocínio Aleixo do 5º andar do prédio onde ela reside, situado no bairro de Armação, em Salvador, no dia 20 de julho.

Dessa maneira, a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) de Brotas (responsável pela investigação do caso) tem mais 30 dias para concluir o inquérito.

A polícia destacou que a prorrogação do procedimento acontece após o suspeito de ter provocado a queda, Rodolfo Cordeiro Lucas, companheiro de Sáttia e também médico, ter a prisão preventiva revogada pela Justiça, na última segunda-feira (27).

(Sáttia Lorena e Rodolfo Cordeiro) Foto: Reprodução / Arquivo Pessoal

A vítima, segue internada no Hospital Geral do Estado (HGE). O estado de saúde dela é considerado grave e a família chegou a pedir doação de sangue.

Ainda na madrugada do dia 20 de julho, Rodolfo Cordeiro Lucas foi preso em flagrante por tentativa de feminicídio. Ele foi levado para a Central de Flagrantes da Polícia Civil e de lá foi transferido para a Deam. No dia seguinte, 21 de julho, o médico teve a prisão preventiva decretada pela Justiça.

No conteúdo do documento, a Justiça ressaltou que decretou a preventiva para manter a ordem pública, além de prevenir possível perigo gerado pelo “estado de liberdade do imputado”. É salientado ainda que durante o interrogatório, o médico não revelou detalhes concretos de uma possível tentativa de suicídio por parte da vítima e fez uma “narrativa desconexa, evasiva e sem conteúdo”.

No entanto, no dia 27 de julho, quando a prisão do médico foi revogada, a Justiça disse que “inexistem nos autos elementos demonstrativos da necessidade de se manter a prisão processual do Indiciado”, além de também frisar que o homem é réu primário, “com bons antecedentes, endereço conhecido, profissão definida, podendo ser localizado a qualquer momento para a prática dos atos processuais”.

Os familiares da vítima asseguram que o relacionamento entre o casal era abusivo e que ela foi jogada por ele. Uma vizinha de antigo prédio da médica relatou que a relação dos médicos era marcada por constantes brigas e que Sáttia pedia “socorro” com frequência.

Rodolfo segue negando que tenha jogado Sáttia do prédio. A defesa dele afirma que o suspeito tentava a separação e que Sáttia, na verdade, tentou agredi-lo e depois teria tentado se jogar pela janela da sala. Como não conseguiu, foi para o quarto, onde tudo teria acontecido.

Em depoimento à polícia, o médico chegou a dizer que Sáttia tinha ideias suicidas e que se automedicava com remédios controlados. Ele disse ainda que, apesar dos “surtos de ciúmes” apresentados pela médica, o casal não tinha discussões pontuais.

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