Mesmo com a alta de casos e mortes nos últimos dois meses, o Ministério da Saúde iniciou o debate quanto a rebaixar o status da pandemia de Covid-19 no Brasil para endemia. A expectativa é que um posicionamento quanto ao tema seja definido nas próximas três ou quatro semanas, após o feriado de Carnaval. As informações são do portal Metrópoles.

A mudança do status da pandemia de covid para endemia já começou a acontecer em alguns países europeus e o Reino Unidos anunciou o fim da maioria das medidas restritivas, como obrigatoriedade de apresentação de teste negativo de Covid para entrada no país e a exigência do uso de máscaras de proteção facial em locais abertos.

No Brasil, o Ministério da Saúde propõe o debate sobre o tema e irá ouvir conselhos nacionais de secretários estaduais e municipais de saúde (Conass e Conasems). Além disso, o órgão contará com apoio da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).

“A gente está trabalhando sim. A gente vai juntar secretários, Conass, Conasems. A Opas está ajudando. Nas próximas três ou quatro semanas, a gente vai ter alguma coisa pra definir se já podemos ou não. [Será observada] até a própria pandemia, a própria queda de casos. Essa outra subvariante [da cepa Ômicron], a gente está observando”, explicou a secretária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, Rosana Leite de Melo ao portal Metrópoles.

De acordo com a secretária, a medida deve acontecer no Brasil um tempo depois dos países europeus. “Estamos trabalhando na situação de colocar o status de endemia. Não dá pra falar disso ainda neste momento, porque os casos estão altos, é todo um processo. Da mesma forma que começou em novembro [de 2019] lá em Wuhan [na China], e aqui chegou em março, abril [de 2020]. A situação também vai ter essa forma. Vai ter o cuidado que a gente teve na mobilização. Agora, [será] da desmobilização”, falou.

Com a vacinação em massa, o Brasil viveu meses finais de tranquilidade em 2021, mas os casos voltaram a aumentar por causa da variante ômicron. No entanto, o pico de casos foi rápido e uma nova queda é registrada em todo o país. A expectativa é que a doença passe a ser marcada por pequenos surtos, assim como acontece com os de Influenza.

“A partir do momento em que há uma baixa circulação do vírus, ele vai se transformar, como o da influenza. Vai ter surtos em alguns lugares, em alguns lugares vou ter que tomar todas as medidas [preventivas]. Em alguns lugares, a circulação vai estar baixa, então posso tirar as medidas não farmacológicas. A gente vai ter que estar sempre alerta. Ainda vamos ficar um bom tempo, uns dois anos, no mínimo, sempre naquela questão da alerta. Desmobiliza, mobiliza de novo”, esclareceu.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, também apontou o debate sobre o tema. “Nós já assistimos países da Europa fazendo isso, a Inglaterra ontem anunciou que vai relaxar todas as medidas sanitárias, na Dinamarca já há uma flexibilização e há uma tendência no mundo, Estados Unidos… Alguns estados têm feito essa flexibilização, e o Brasil já estuda esse tipo de iniciativa”, afirmou. 

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