Nos últimos dias da 10ª Campanha do Outubro Rosa, a médica clínica, Mirna Santana Braga, reforçou a importância de romper das barreiras do tabu que ainda permeiam o assunto, principalmente quando se trata do autoexame. Por uma questão quase que cultural, as mulheres, em geral, não são ensinadas a se tocarem. Por conta disso, muitas brasileiras descobrem o câncer na mama tarde demais. E nem todas as vidas são salvas.

“Infelizmente a gente ainda vê muito preconceito com o autoexame. As pessoas têm muita resistência em parar e apalpar seu corpo e observar essas alterações que aparecem ou podem aparecer nas nossas mamas”, ressaltou a médica.

Drª. Mirna Braga. Foto: Arquivo pessoal

Mirna trabalha em uma Unidade de Saúde da Família (USF), em Camaçari, e ela fala com propriedade que o diagnóstico do toque é muito mais rápido. “É muito importante a gente observar porque pode ser a partir delas que a gente consegue fazer um diagnóstico mais rápido”.

O câncer de mama é o mais frequente entre as mulheres. Ele surge a partir do desenvolvimento anormal das células da mama. Essas células se multiplicam rapidamente e formam um tumor. Quando mais cedo a mulher descobrir e tratar, maiores serão as chances de cura.

Diversos fatores de riscos podem contribuir para a doença, como obesidade, menopausa tardia, histórico familiar, ingestão irregular de bebidas alcoólicas, gestação depois dos 30 anos e outros.  

A médica explica que os sintomas podem ser mínimos, e qualquer pequena alteração merece atenção. Os sinais também estão relacionados a retração ou desvio do mamilo, perda de sangue pelo mamilo, qualquer nódulo ou caroço duro na mama ou na axila e vermelhidão ou descamação em torno do mamilo ou da auréola.

A partir dos 40 anos, as mulheres devem fazer a mamografia todos os anos, mesmo as que têm prótese de silicone. Já as que têm histórico da doença em mãe e irmã, por exemplo, devem começar os exames com 35 anos.

“Muitas pacientes quando vão procurar o médico o câncer já está em estágio avançado. Então quanto antes a gente se tocar e observar o que está acontecendo com o nosso corpo melhor, melhor prognóstico”, concluiu a médica Mirna Santana Braga”.

Foto: Reprodução / EBC

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) revelou que só no último ano foram estimados 2,3 milhões de novos casos do câncer de mama no mundo, o que corresponde a 24,5% do aparecimento da doença entre as mulheres.

Já no Brasil, ainda segundo o Inca, em 2021, estima-se que mais 66.280 casos novos da doença apareçam, isso vale a 43,74 casos por 100.000 mulheres no país. Na Bahia, estima-se o surgimento de 3.460 novos casos de câncer de mama.

Como agendar o exame de mamografia

Como parte da campanha Outubro Rosa e completando 10 anos de ações para detectar o câncer de mama, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) ofertou mais de 14 mil exames de mamografia na capital e interior, a partir de 4 de outubro.

Mulheres de 40 a 69 anos poderão agendar seus exames pela internet. Em Salvador, as mamografias serão ofertadas em unidades móveis e no Centro Estadual de Oncologia (Cican).

Já nas cidades do interior, as 21 Policlínicas Regionais de Saúde irão realizar os atendimentos. A Sesab reforça que para as mulheres que moram nos municípios do interior, o agendamento do exame deve ser feito nos postos de saúde ou nas secretarias de saúde.

Nesses 10 anos de ações, foram feitas mais de 800 mil mamografias bilaterais e 62 mil ultrassonografias em mulheres residentes nas 417 cidades da Bahia.

Agende seu exame aqui.

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