Na noite desta quinta-feira (29/10), o Consulado Geral do Brasil em Paris confirmou que uma das vítimas do atentado terrorista na basílica Notre-Dame, no centro de Nice, era a brasileira e soteropolitana, Simone Barreto Silva, de 44 anos.

Em entrevista concedida a rádio pública francesa RFI, uma prima da vítima, que preferiu não se identificar, contou que Simone estava na França havia 30 anos e deixou três filhos. A soteropolitana foi ferida a faca e morreu num restaurante quase em frente à catedral, onde tentou se abrigar. Os familiares só foram avisados da morte de Simone às 18h30 da França (14h30 de Brasília).

Ainda em estado de choque, Brahim Jelloule, um dos proprietários do restaurante l’Unik, onde Simone chegou completamente ensanguentada, relatou à TV France Info os momentos de compelto ‘terror’ e desespero.

“Ela atravessou a rua, toda ensanguentada, e foram meu irmão e um dos nossos funcionários que a resgataram, a colocaram no interior do restaurante, sem entender nada, e ela dizia que havia um homem armado dentro da igreja”, disse Jelloule.

Após Simone conseguir contar sobre o terrorista, o irmão de Jelloule e o funcionário chegaram a entrar na igreja, mas viram o homem armado com uma faca, foram ameaçados pelo terrorista e saíram correndo. Inclusive, foram os dois que chamaram a polícia.

Ademais, Jelloule também salientou que Simone faleceu uma hora e meia depois de ter sido ferida. O atentado ocorreu às 9h da França (6h da manhã em Brasília).

“Isso não é o Islã. Eu conheço o Corão de cor, e não é isso que ele prega”, afirmou Jelloule, que é Muçulmano.

Em nota, o Itamaraty ressaltou que repudia o ataque e lamenta a morte da brasileira. O texto também cita que “o Presidente Jair Bolsonaro, em nome de toda a nação brasileira, apresenta suas profundas condolências aos familiares e amigos da cidadã assassinada em Nice, bem como aos das demais vítimas, e estende sua solidariedade ao povo e Governo franceses”.

O Itamaraty disse também que, por meio do Consulado-Geral em Paris, “presta assistência consular à família da cidadã brasileira vítima do ataque terrorista”.

Mais sobre Simone

Nascida no bairro do Lobato, na Cidade Baixa, no subúrbio de Salvador, Simone Barreto tinha nacionalidade francesa e formação de cozinheira. Presentemente, ela trabalhava como cuidadora de idosos.

Membros da Ala Mulheres na Resistência da Lavagem da Madeleine, evento cultural brasileiro que acontece há 19 anos em Paris, contaram que Simone e suas irmãs “participaram da Ala em 2019, mas não vieram este ano por causa da Covid-19”.

Além disso, Simone era agitadora cultural em Nice e organizou, com suas irmãs e primas, a Festa de Yemanjá na cidade.

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