O principal suspeito de matar a companheira, Ruana Karina dos Santos Silva, assassinada na frente dos filhos na terça-feira (27), dentro da casa onde viviam, em Salvador, está foragido.

A polícia já identificou o homem. O nome dele é Edemir Pereira Lima. De acordo com apuração da produção da TV Bahia, o pedido de prisão foi feito pela Polícia Civil.

A vítima foi morta nesta terça-feira (26). Karina foi executada dentro de casa por golpes de faca desferidos pelo suspeito. Ela relatava as agressões que sofria a amigos e parentes. Há alguns meses ela escreveu para uma amiga e para a família no final de 2023, ela chegou a afirmar que morreria.

“O pai dos meninos quase me mata agora. Eu vou morrer”, escreveu Ruana junto com uma foto do rosto.

Na mesma época, a jovem de 24 anos compartilhou um áudio com uma amiga, em que detalha uma das agressões que passou.

“Jogou a lata de cerveja aqui em mim, molhou a casa toda aqui agora, a lata de cerveja na minha perna aqui, entendeu? E está aqui agressivo, porque tá bebendo”, disse na época se referindo ao suspeito.

As agressões eram constantes. Ela relatou a outra amiga e a mulher chegou a ir na casa de Ruana. Ela chegou ao local e viu tudo aparentemente calmo, achou que a briga tivesse cessado, mas depois, ao tentar entrar em contato novamente com Ruana, ela não obteve resposta.

Relacionamento conturbado antes de ser morta na frente dos filhos

Ruana nasceu no Pará e morava em Salvador desde a adolescência. Ela conheceu o suspeito vendendo filtros de porta em porta. Engatou o relacionamento e não conseguiu mais trabalhar, porque era impedida por ele.

Os familiares contam que o relacionamento durou 7 anos. O casal tinha um menino e uma menina. Segundo a família, as agressões eram constantes.

A família deu entrevista à TV Bahia. Vizinhos do casal também relataram situações de violência contra a mulher.

“Briga para lá, briga para cá. Chamava, dava atenção, mas não tinha jeito. Ele dizia que: ‘mulher é assim e eu vou fazer coisa errada’. E eu dizia: ‘não faça coisa errada. Você tem que olhar seus filhos'”, pontuou Nicomendes de Jesus, vizinho da vítima.

O desejo da família era de que a vítima fosse enterrada no Pará. Eles estão fazendo uma vaquinha para levantar os recursos. Segundo informações passadas por uma prima da vítima, a mãe dela ainda não sabe da morte. Eles querem justiça.

“Que ele seja preso e que isso não passe impune. Que a Justiça não só faça com ela, porque tem muita mulher que sofre calada. Já que ela denunciou ele várias vezes, porque que ele não foi preso?”, disse Suayane Caroline.

O caso é apurado pela 2ª Delegacia de Homicídios (DH/Central) como feminicídio. Ainda não há informações sobre o paradeiro do suspeito.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), 11 casos de feminicídio foram registrados na Bahia até 25 de fevereiro. No mesmo período do ano passado, foram 13 casos registrados.

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