Três homens apontados como autores do assassinato de Mãe Bernadete Pacífico no ano passado, serão levados para o júri popular. A decisão foi tomada na última segunda-feira (22), pela 1ª Vara Crime de Simões Filho, cidade onde aconteceu o homicídio, a pedido do Ministério Público (MP).
Os futuros réus são Arielson da Conceição Santos, Marílio dos Santos e Sérgio Ferreira de Jesus e serão julgados por homicídio qualificado, conduzido por motivo torpe, sem chance de defesa. Além disso, Arielson será julgado também por roubo.
Apesar de estar na lista, Marílio ainda é foragido da justiça, no entanto, por ter constituído o caso seguiu para julgamento. Ele seria líder de uma facção criminosa que estaria ampliando espaço de dominação dentro de Pitanga dos Palmares, localidade quilombola liderada por Bernadete e, por vê-la como “dor de cabeça” para o avanço do crime organizado, ordenou a sua morte, ocorrida em 17 de agosto de 2023.
A religiosa deixava claramente a sua insatisfação com a falta de segurança no local, que possibilitou o fortalecimento do tráfico de drogas, além da construção de uma barraca na barragem, que invadia uma área de preservação ambiental, servindo também como ponto de vendas dos entorpecentes.
Marílio e outros dois homens, identificados como Ydney Carlos dos Santos de Jesus e Josevan Dionisio dos Santos, foram colocados no Baralho do Crime da Segurança Pública, demonstrando que o trio está foragido pelo envolvimento no assassinato de Bernadete Pacífico, além de serem um risco eminente à sociedade por estarem soltos.
Vale ressaltar que a vítima perdeu o seu filho, Binho do Quilombo, seis anos antes de sua morte, de forma similar. Ele foi executado dentro em Pitanga dos Palmares no ano de 2017, por lutar ativamente contra o processo de desmatamento e crime organizado. O suspeito do crime foi preso pela Polícia Federal neste mês de julho, após anos de caçada, enquanto passeava em um shopping de Salvador.