O técnico português Hugo Miguel Duarte Macedo, que foi preso em flagrante após acusações de ter chamado uma jogadora do time feminino do Bahia de “macaca”, se pronunciou nesta segunda-feira (15), após ser solto.

O treinador que comanda o JC do Amazonas negou ter cometido o crime de injúria racial e e ainda contou sobre os dias que esteve detido, em entrevista ao jornal Record de Portugal. Segundo Hugo, tudo começou com uma briga no meio do campo, onde ele interviu para proteger suas jogadoras e acabou batendo boca com as atletas do Tricolor. Ao sair, foi cercado pelos policiais, que lhe deu voz de prisão.

“E lembro-me perfeitamente: vejo uma jogadora delas a correr nas costas de uma atleta minha, puxo-a e digo exatamente as mesmas palavras… mas ela começa a responder com palavrões. […] Quando já estava no vestiário, a polícia vem para me identificar, diz que estou detido e tenho de ser encaminhado para a Delegacia. Só aí é que soube que fui acusado de racismo. Uma injustiça tremenda”, disse.

Ficando quatro dias presos, o técnico criticou a situação que viveu e aproveitou para ‘alfinetar’ os órgãos de diplomacia portuguesa que, de acordo com ele, não o defendeu. “Só comia pão seco com café. Não dormi, não tomei banho, não escovei os dentes, tiraram-me os tênis e eu estava dentro de uma cela imunda, com um cheiro horrível. […] Isto vai ter de chegar à política, pois vou ter que ter apoio. E não tive o apoio de nenhum político português, nem do Consulado nem da Embaixada“, reclamou.

O treinador do time amazonense só foi liberado após a audiência de custódia, quando pagou uma fiança de cerca de R$42 mil.

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