Na terça-feira (8/12), a pesquisadora brasileira Maria Lúcia Possa foi uma das primeiras pessoas a receber uma das duas doses da vacina contra o novo coronavírus (Covid-19), desenvolvida pela Pfizer em parceria com a BioNtech, no Reino Unido.

“Hoje é o primeiro dia, mas acho que a coisa mais importante é que tem luz no fim do túnel”, afirmou Possa após receber o imunizante.

“Eu estou cansada, está todo mundo cansado da doença”, completou.

Possa também contou que estava de folga quando um colega de trabalho falou para ela checar seu e-mail pessoal. Isso porque, alguns dos funcionários do Hospital Universitário Royal Free seriam também vacinados nesta primeira etapa da campanha no Reino Unido.

O plano de vacinação do Reino Unido dividiu as pessoas em grupos. O primeiro, que começou a ser vacinado na terça-feira, inclui profissionais da saúde, pacientes idosos e pessoas dos grupos de risco.

“Como eu trabalho no sistema de saúde e sou do grupo de risco, por causa de um transplante de rins, eu fui uma das primeiras a ser chamada”, explicou Possa.

Ainda segundo Possa, depois que tomar a segunda dose da vacina, programada para ser aplicada em 5 de janeiro de 2021, pretende voltar ao Brasil para o aniversário de sua mãe, que vai completar 100 anos.

Ademais, a pesquisadora ainda falou sobre a importância da ciência para a produção de um imunizante em tempo recorde. Ela também frisou que a única coisa que pode acontecer é uma leve dor no braço e sintomas fracos de gripe, o que é considerado normal.

“Se te oferecerem, toma […] Eu quero a minha liberdade de volta, com a paz e segurança de que não vou infectar ninguém”, disse Possa.

A pesquisadora salientou que a injeção “dói menos que a vacina da gripe”. A única diferença, segundo ela, é que a seringa é mais longa e demora mais para depositar toda a substância, em comparação com a vacina da gripe.

Vacinação em massa
Os países do Reino Unido são os primeiros que começaram a vacinação em massa contra a Covid-19.

Na primeira leva, cerca de 400 mil pessoas receberão duas doses cada. A vacina é administrada em duas injeções, com 21 dias de intervalo entre elas. Após a primeira dose, especialistas asseguram que já existe alguma imunização, porém, o efeito total é verificado sete dias após a segunda dose.

A vacina adotada pelo Reino Unido é a desenvolvida pela farmacêutica norte-americana Pfizer e pelo laboratório alemão BioNTech. Elas foram distribuídas em cerca de 70 hospitais do país.

Esse imunizante precisa ser mantido a uma temperatura muito baixa (-70°C), e, por isso, a campanha será feita em hospitais.

Cabe pontuar que a vacinação não é obrigatória no país.

Margaret Keenan, britânica de 90 anos, tornou-se a primeira pessoa a ser vacinada contra a Covid-19, também na terça-feira.

A britânica Margaret Keenan, de 90 anos, recebeu dose da vacina da Pfizer/BioNTech em um hospital de Coventry, na região central da Inglaterra. (Foto: Reprodução / Jacob King – AFP)
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