Cada dia mais engajada com as pautas sociais, Ludmilla falou sobre a pressão estética que vive por ser uma mulher negra e as dificuldades que enfrenta por conta do racismo estrutural, em entrevista à Folha de São Paulo. A cantora revelou que acabou se submetendo a procedimentos cirúrgicos, como rinoplastia, para atender ao padrão exigido pela sociedade.

Recentemente, Ludmilla perdeu um processo judicial contra a comentarista de televisão Val Marchiori, que comparou uma peruca utilizada por ela com uma palha de aço. Ao ver do juiz responsável pelo caso, Val exerceu “liberdade de expressão” e não injúria racial. Durante a entrevista em questão, a cantora lamentou amplamente o episódio, dizendo sentir que a decisão judicial significa que o país regrediu e acaba por encorajar pessoas que pensam da mesma maneira preconceituosa a externarem essas “opiniões”.

“Eu me tornei isso aqui por conta dessas pessoas. Eu era a MC Beyoncé lá atrás. Tem alguma propaganda com a MC Beyoncé? Não tem! Porque eu não era padrão. Não era aceita. Nenhuma marca queria ser representada pela MC Beyoncé. Por isso, tive que me mutilar, afinar meu nariz, porque queria ser aceita. O funk, o pagode, a essência já estavam ali, mas a capa não agradava. Quero que as pessoas não tenham que alisar o cabelo para agradar ninguém. Essa é a luta”, Ludmilla declarou.

Na mesma semana em que a Justiça decidiu a favor de Valdirene Aparecida Marchiori, Ludmilla fez uma aparição no Big Brother Brasil. Por uma infeliz coincidência, o participante João Luiz também tinha sido vítima de um comentário preconceituoso acerca de seu cabelo e a cantora deixou um recado ao vivo: “Respeita o nosso funk, respeita a nossa cor e respeita o nosso cabelo”.

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