O Ministério Público do Trabalho da Bahia (MPT-BA) confirmou, nesta segunda-feira (23), o resgate de 163 trabalhadores chineses que estavam em condições análogas à escravidão na construção da fábrica da gigante chinesa BYD, localizada em Camaçari, na Bahia.

A operação, que contou com a atuação de fiscais do trabalho, revelou que os trabalhadores viviam em condições degradantes, com jornadas exaustivas e sem os direitos trabalhistas básicos garantidos. A situação foi classificada como grave, e as investigações seguem em andamento para responsabilizar os envolvidos.

A BYD, que tem uma das maiores plantas industriais do Brasil voltadas para a produção de veículos elétricos, agora enfrenta um escândalo que coloca em xeque as condições de trabalho em suas obras no país.

Em nota, o Sindicato dos Empregados na Indústria da Construção Civil Montagem e Manutenção (Sindticcc) informou que:

  1. Desde fevereiro de 2024, o sindicato tem alertado as construtoras chinesas sobre o cumprimento da convenção coletiva de trabalho.
  2. Em abril, foram recebidas denúncias contra a China Jinjiang Construction Brazil Ltda. por descumprimento de obrigações trabalhistas básicas e problemas estruturais no canteiro de obras.
  3. Em dezembro, foram registrados dois acidentes graves com dois trabalhadores chineses nas instalações.
  4. Foram identificadas as seguintes irregularidades:
    • Descumprimento da proporcionalidade entre trabalhadores brasileiros e chineses.
    • Desrespeito à convenção coletiva e às normas de segurança do trabalho.
    • Denúncias de trabalho análogo à escravidão.
    • Ocorrência de agressões físicas e verbais.
    • Acidentes de trabalho não comunicados.

O coordenador-geral do Sindticcc, Antonio Ubirajara, visitou a obra da fábrica da BYD e suas instalações, monitorando as condições do local. Tão logo tomou conhecimento dos fatos ocorridos no canteiro de obras, o sindicato formalizou denúncia junto ao MPT e exigiu providências da BYD e suas terceirizadas.

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