No último dia 23 de novembro 10 pessoas morreram e outras 13 ficaram feridas, entre funcionários e clientes em uma explosão, seguida de desabamento na Farmácia Pague Menos, em Camaçari, região metropolitana de Salvador. Tudo ocorreu enquanto ocorria uma obra, a qual representantes do estabelecimento alegam ter sido apenas uma manutenção no teto e sistema de ar condicionado.
Até esta sexta-feira (23), que completa-se um mês da tragédia, nenhum culpado pelo ocorrido foi apresentado ou indiciado.
Além dos nove corpos encontrados nos escombros do estabelecimento, uma das vítimas que foi transferida em estado grave para o Hospital Geral do Estado (HGE) morreu no final da manhã do dia 25.
De acordo com informações do secretário de Saúde de Camaçari, Washington Couto, ao programa Bahia No Ar, a vítima identificada como Vilma Conceição dos Santos, 40 anos, que estava internada em estado grave no Hospital Geral do Estado (HGE), não resistiu e veio a óbito.
Vilma que era moradora do município de Dias D’Ávila, também era funcionária da farmácia, no dia da tragédia foi transferida por uma equipe do Graer, para o HGE.
A tragédia
O teto da farmácia Pague Menos, localizada na Avenida Getúlio Vargas, em Camaçari, desabou após uma explosão no mezanino do estabelecimento. A tragédia deixou 13 pessoas feridas e nove corpos foram encontrados nos escombros do local, mais uma vítima morreu no hospital.
Empresa nega obra
Apesar dos relatos de que havia uma obra de manutenção na farmácia, o assessor jurídico da Pague Menos, Geraldo Gadelha, nega que houvesse uma reforma no prédio.
“Ela não estava em obras. Estava previsto uma parada no sábado. Camaçari teve dois pequenos dilúvios na semana que passou e isso gerou uma infiltração para dentro da loja e nós íamos recuperar totalmente o telhado por outros motivos. Não sabemos absolutamente o que aconteceu, porque é impensável você admitir que uma laje caia por causa de uma infiltração, mas foi o que aconteceu”, disse.
Desabafo
Uma vítima, que também é funcionária da Farmácia fez um desabafo em sua página na rede social Facebook, em que aponta possíveis culpados pelo ocorrido.
Identificada como Cris Matos, a funcionária alega que teve ferimentos de 2º e 3º graus e afirma que deve passar por outra cirurgia por conta das queimaduras. Cris pede justiça e chama o fato de a loja estar em obras com funcionários e clientes dentro como um “ato irresponsável” e que os culpados paguem atrás das grades.
A funcionária lamentou e disse se sentir tratada como apenas um número, já que para a área operacional da empresa e para a gerência, os funcionários eram números pela “ganância ao dinheiro, para bater meta”, desabafou.
Para Matos, os principais responsáveis pela tragédia seriam o gerente regional identificado apenas como Augusto e a Maria Rita, que seria gerente da loja 249.
Homenagens e Pedidos de Justiça
Centenas de pessoas prestam homenagens no sábado (26), aos mortos da tragédia. Mesmo após um mês do ocorrido, Camaçari ainda vive o luto pelas dez mortes, de nove mulheres e uma criança de nove anos, ocorridas por conta da tragédia na Avenida Getúlio Vargas.
Populares depositaram flores e cartazes com mensagem de luto na porta da Farmácia Pague Menos. O local virou cenário de muitas orações e luto também nas lojas do comércio próximo a Farmácia.
No último dia 29, uma manifestação reuniu familiares e amigos das vítimas da tragédia. No protesto o grupo pediu Justiça e ajuda das autoridades para que a situação não seja esquecida e os responsáveis pelo acidente não saiam impunes.
Etevaldo, marido de uma das vítimas fatais, Tatiane Ribeiro, deu uma declarações pedindo que essa tragédia não seja esquecida.
“Estamos aqui para pressionar as autoridades, que dê mais atenção, investigue mais, essa tragédia foi anunciada, pois, todos sabem que estava tendo serviço lá dentro. É um meio de pressionar as autoridades”, justificou.