Um problema na central de ar condicionado da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) está colocando em risco a vida dos 10 pacientes internados no setor. O problema ocorreu desde a quinta-feira, mas só foi denunciado no domingo, 23, por um profissional da unidade, que destacou que os pacientes correm o risco de ter o quadro agravado devido à proliferação de bactérias.
"A alta temperatura facilita a propagação de fungos, bactérias e vírus em geral, ou seja elas se multiplicam principalmente no ambiente com a UTI onde há vários pacientes com infecção que pode ser agravada", disse o médico intensivista, que preferiu não ser identificado.
O profissional explicou que o sistema de ar condicionado de uma UTI é diferente dos utilizados em residências pois ele além de refrigerar ele é responsável por purificar o ambiente. "O ar condicionado auxilia no tratamento, pois conseguimos manter a temperatura e com isto evitamos a proliferação de bactérias, sem ele os pacientes sofrem, pois apresentam febre e outras intecorrências, além da equipe que fica exposta a pegar infecções. Não adianta tratar os pacientes com antibiótico, já que a situação sem o ar é piorada a cada dia", frisou.
O médico disse que ao chegar para trabalhar no sábado já encontrou o problema e que foi informado que o equipamento estava quebrado desde quinta-feira. "Procurei o chefe de plantão e o fiscal e comuniquei o problema, mas fui informado que a empresa de manutenção tinha estado lá e que só resolveria o problema a partir desta segunda, já que a peça para ser substituída não foi encontrada aqui na cidade e teria que vir de Salvador", informou.
Inconformado com a situação, embora não tenha nenhum familiar em atendimento nna unidade, o advogado Ronaldo Mendes resolveu entrar com uma representação no Ministério Público Estadual contra a direção do HGCA e o secretário estadual de saúde por descaso, além de denunciar formalmente o caso para o Ministério da saúde. "Acredito que a assistência hospitalar de Feira de Santana e dos 126 municípios atendidos pelo HGCA não podem ficar a mercê do tamanho descaso da esfera estadual. Estamos falando de vidas e por isto estou tomando esta decisão, pois sou cidadão e tenho responsabilidades", afirmou.
O diretor geral do HGCA, Carlos Pintagueira informou que o problema foi causado por uma queda de energia na unidade que queimou a central de ar condicionado na UTI, emergência e centro cirúrgico, mas que o problema foi solucionado parcialmente ainda no sábado e o restante no final da manhã desta segunda. "Na verdade no sábado voltamos a funcionar 52% dos equipamentos, mas devido à dificuldade de encontrar as peças, os serviços foram retomados segunda e até o final da manhã tudo estará resolvido", garantiu.
Pitangueira destacou que o importante é que não houve óbito ou piora no quadro de pacientes devido à situação. "Ao contrário, tivemos pacientes que receberam alta e deixaram a UTI", destacou. Com informações do A Tarde.