Neste dia 31 de março, o golpe de Estado de 1964, que resultou na tomada do poder pelos militares, completa 57 anos. O vice-presidente do Brasil, General Hamilton Mourão (PRTB), usou as redes sociais para celebrar a data, descrevendo-a como um momento de união popular contra uma suposto ameaça comunista. “Força e Honra!”, escreveu em suas redes sociais.

O modo como o político encara este dia é partilhado por outros do governo federal. Na terça-feira (30), o ministério da Defesa divulgou uma “Ordem do Dia Alusiva ao 31 de março de 1964” para ser lida hoje, em todos os quartéis e instalações militares. O texto se refere ao golpe como “movimento” onde as Forças Armadas tiveram a responsabilidade de “pacificar” o país e garantir liberdades democráticas.

Filho do presidente da República, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL) teve posição semelhante nas redes sociais. “Embora a história contada pelos mesmos bandidos da esquerda, lembremos sempre: quem defendia a DEMOCRACIA não eram eles”, disse, reafirmando a ideia de que a ditadura era benéfica.

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), apresentou discurso diferente em relação ao golpe. “Quem luta pela democracia, pelos direitos humanos e dos trabalhadores não pode admitir que ainda se defenda este triste capítulo da história do nosso país”, ele publicou em sua conta oficial do Twitter.

“Lembrar o horror pra jamais repetir”, o ex-candidato a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), disse ao se referir ao episódio. Em sua fala, homenageou ainda algumas das pessoas mortas durante o regime autoritário, como o jornalista Vladimir Herzog.

Ciro Gomes (PDT), ex-candidato à presidência da República, foi sucinto em suas palavras. “Foi ditadura. Houve tortura. A Terra é redonda. Nunca foi uma gripezinha”, declarou, se referindo também ao negacionismo em relação à pandemia. Os ministros do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes, também condenaram a postura dos que celebram a data.

“Ditaduras vêm com intolerância, violência contra os adversários e falta de liberdade. Apesar da crise dos últimos anos, o período democrático trouxe muito mais progresso social que a ditadura, com o maior aumento de IDH da América Latina”, Luís Roberto escreveu, em mensagem destinada à nova geração. Já Gilmar, destacou que este é o momento de celebrar as conquistas obtidas com o fim do período ditatorial.

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