Em protesto, os vigilantes privados saíram em passeata no Centro de Salvador na manhã desta quinta-feira (7). De acordo com o Sindicato dos Vigilantes do Estado da Bahia (Sindvigilantes), os manifestantes saíram da sede do sindicato, na rua do Gravatá, e devem se concentrar na frente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-BA), em Nazaré, a partir das 12h.
Depois de nove dias de greve e sem acordo entre vigilantes e patrões, o dissídio coletivo será julgado pelo TRT hoje, às 14h. O dissídio foi ajuizado pelo Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado da Bahia (Sindesp-BA) contra os sindicatos dos trabalhadores (Sindivigilantes, Sindmetropolitano – de Camaçari – e SVITABUNA – de Itabuna).
A direção do Sindvigilantes informou que a greve é mantida porque, durante as negociações, o Sindesp não ofereceu nenhuma proposta de pagamento dos 30% de periculosidade. O presidente do Sindesp, Lauro Santana, admitiu. “Não apresentamos porque eles só querem o pagamento desde dezembro, quando a lei foi sancionada, mas os efeitos da lei só podem ocorrer após regulamentação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)”, argumentou. Já o diretor do Sindvigilantes, Almir da Anunciação, chamou a justificativa de “conversa de patrão”. A desembargadora Sônia França, relatora do dissídio coletivo, determinou, sexta-feira, que 50% dos vigilantes voltassem ao trabalho e fixou multa diária de R$ 50 mil no caso de descumprimento ou manifestações que possam constranger ou ameaçar direitos de terceiros.
“Pediram 50% trabalhando e estamos mantendo. Eles trabalham à noite e em algumas áreas que a gente colocou afastadas do Centro”, disse Anunciação, sem especificar as áreas.
De acordo com a Central de Polícia, por volta das 10h30 desta quinta-feira (7) integrantes do sindicato estariam jogando lixo e criolina no interior da agência da Caixa Econômica do Relógio de São Pedro, na avenida Sete. O Sindvigilantes, no entanto, afirmou desconhecer a presença da categoria no local.
Entenda a greve
A greve começou no dia 26 de fevereiro, atingindo estabelecimentos como hospitais, escolas, shoppings e principalmente bancos. De acordo com informações do Sindicato dos Vigilantes da Bahia (Sindvigilantes-Ba), o motivo para a paralisação é a falta de pagamento de algumas empresas de vigilância do adicional de periculosidade de 30% que está previsto em lei sancionada no fim do ano passado.
Segundo o Sindicato dos Bancários da Bahia, todos os bancos públicos (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNB) suspenderam o atendimento em todas as agências. Já em diversos agências de bancos privados, o funcionamento está mantido apesar da ausência dos vigilantes. Fonte: IBahia