Na tarde desta quinta-feira (2), o secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas-Boas, veio à Camaçari para uma reunião com os prefeitos da Região Metropolitana de Salvador (RMS), na tentativa de elaborar um protocolo único para a retomada econômica desses municípios.

Antes de iniciar os debates, foi realizada uma entrevista coletiva com a imprensa. Na oportunidade, Vilas-Boas frisou que através dessa reunião, possivelmente, será decidido o “futuro” do comércio nessas cidades, em meio ao enfrentamento da crise sanitária provocada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

“Essa reunião, eles [os prefeitos] marcaram, eu fui convidado agora meio dia [12h], para poder conversar sobre estratégias alinhadas entre os municípios da região. Qualquer coisa que vai acontecer, vai acontecer quando fechar essa cortina e a gente conversar”, afirmou Vilas-Boas.

A prefeita de Dias d’Ávila, Jussara Márcia (PT), garantiu que não existe “pressão” ao Governo da Bahia, por parte dos municípios, elogiou o apoio recebido pela gestão, comandada pelo governador Rui Costa (PT) e assegurou que: “Vai abrir o comércio? Sim! Agora, quando? Vamos aguardar essa reunião”.

O gestor camaçariense, Elinaldo Araújo (DEM), também reforçou os elogios ao Governo do Estado da Bahia e destacou que o objetivo da reunião é buscar a unificação das estratégias de combate ao vírus.

“O que o estado tem feito, acho que todos têm acompanhado todo o esforço no investimento de mais leitos à disposição dos municípios, mas mesmo assim, o avanço que teve na Região Metropolitana tem deixado o estado e os municípios preocupados. O que o estado tem feito é buscar unificar, a cada dia mais entender que não adianta cada município ter uma decisão diferente. E aqui, buscar uma unidade. A proposta aqui é que a gente tenha medidas únicas para controlar esse avanço do vírus”, disse.

Na sequência, Elinaldo pontuou que o comércio já fez a parte dele e que, durante a reunião, será pensada uma maneira de retomar as atividades o mais breve possível, dentro das possibilidades apresentas por cada região e pelo estado.

“Nós estamos partindo para cento e vinte [120] dias que o comércio está fechado. Entendemos que os comerciantes já fizeram a sua parte, e nós acreditamos que juntos vamos buscar uma saída, avaliando: ‘será que se ficar o comércio fechado e os prefeitos sem braço para fiscalizar, não é melhor que nós juntos possamos construir um protocolo com as medidas sanitárias necessárias, que eles sigam?’. Que mantenham o distanciamento, o uso obrigatório de máscara, que tenham ambiente para se higienizar, que utilizem o álcool em gel, mantenham o ambiente ventilado. ‘Será que esse não é o melhor caminho?’. Mas, não adianta o prefeito de Camaçari tomar uma decisão e Candeias tomar outra”, completou.

Outro ponto que será abordado ao longo da reunião, diz respeito a divergência dos boletins apresentados pelo estado e pelos municípios, conforme relatou o prefeito de Simões Filho, Diógenes Tolentino, mais conheico como Dinha (MDB).

“Na verdade, a gente quer o alinhamento das informações. Não adianta o município informar um número e o estado, logo em seguida, informar um número completamente diferente. Então, é claro e evidente que o estado tem a plataforma de informação dela, assim como o município. Mas, o município, por estar na base, ele está muito mais fundamentado com essas informações, do que o estado. Qual é a nossa intenção? É justamente buscar esse alinhamento, para que os números do estado e do município correspondam com a verdade dos casos, independente de qualquer situação. Porquê? Porque até as nossas ações serão muito mais precisas se nós soubermos os números de uma forma muito consistente, para que cada medida seja tomada em conjunto. Não adianta o município de Simões Filho tomar uma decisão e o município de Candeias, que é bem próximo, tomar outra”, diz.

“Queremos que não haja pressão, por parte da população, em relação a questão dos números que estão sendo divergentes. Queremos o alinhamento das medidas e dos procedimentos administrativos, já que nós constatamos, segundo a nossa Vigilância de Saúde, que há um alinhamento com o estado constantemente, então, ‘porquê esses números estão sendo diferentes?’. É essa resposta que também vamos buscar nessa reunião”, acrescentou Dinha.

Tudo o que vier a ser debatido durante o encontro será levado ao conhecimento do governador Rui Costa.

Fala de Rui

Mais cedo, durante participação em um ato simbólico que lembrou o ‘2 de Julho’ (data que se comemora a Indepência da Bahia), Rui falou sobre a pressão por uma flexibilização imediata das atividades comerciais, oriunda de entidades que representam lojistas baianos.


“Ontem recebi uma correspondência da Federação do Comércio pedindo que o estado abra o comério. Qual o limite de mortes que temos que aceitar para abrir tudo de qualquer jeito? É aceitável 1,5 mil mortes por mês. Fica parecendo que aqui tem autoridade que decide sozinha o futuro das pessoas. O que a população baiana quer? Admitir 3 mil mortes por mês? Se abrir, vai dobrar. Uma semana depois, vai dobrar o número de mortes. Não podem dizer que não sabem o que vai acontecer”, ressaltou o governador baiano.

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