Artigo Externo

Não tem como negar. Se for falar em disputa de título e acesso, o Vitória deveria ser considerado uma das principais apostas do Campeonato Brasileiro da Série B. Vice-campeão brasileiro da Série A em 1993 e tetracampeão da Copa do Nordeste (1993, 1999, 2003 e 2010), o rubro-negro baiano é uma potência do futebol brasileiro. O rebaixamento para a segundona no final do ano passado é considerado um “acidente” e seu retorno é esperado já nesta temporada.

O problema é que as coisas não andam muito bem no estádio Barradão. Depois que foi rebaixado, o Vitória não conseguiu mais se “achar em campo”. No Campeonato Baiano, o rubro-negro deu vexame e terminou na quinta colocação, não conseguindo se classificar nem para as semifinais. Na Copa do Nordeste, novo vexame, sendo eliminado nas quartas de final para o Fortaleza, levando 4 a 0 na partida única.

A esperança do torcedor ficou para a Série B, na expectativa que o time conquiste o acesso e se recupere neste ano de desastres. Mas a segundona não começou nada bem para os baianos. O Vitória é o lanterna da competição tendo ganho apenas uma das oito partidas disputadas. Já são seis derrotas, três seguidas antes da parada da Copa América.

Contratado no mês de maio exatamente para a competição, o técnico Osmar Loss ainda não conseguiu impor seu plano de jogo ao time baiano. Essa é uma das barreiras que vem atrapalhando o Vitória, já que o time passou pelo comando de dois treinadores anteriormente, Marcelo Chamusca e Cláudio Tencati, e ainda não possui identidade.

Mudanças no clube

A situação do Vitória em campo é um reflexo do que está acontecendo em seu comando. O atual presidente, Paulo Carneiro, foi eleito somente no final de abril e já promoveu mudanças como a contratação de 10 jogadores para o elenco. Depois, para acelerar o processo de reformulação, acertou com o técnico Osmar Loss e promoveu novas alterações em toda comissão técnica.  

Mesmo com atitudes positivas, uma polêmica veio à tona. Um suposto áudio do presidente do clube pelo Whatsapp reclamando do peso dos jogadores causou revolta no grupo rubro-negro. O técnico Osmar Loss amenizou a situação, disse que o presidente tem direito de cobrar, mas condenou como irresponsável o vazamento do áudio. Ele garante que o grupo está fechado para buscar a recuperação na Série B.

Parada da Copa América deve ajudar

Osmar Loss tem a grande oportunidade de trabalhar bem os jogadores para a sequência da Série B. Com a parada da Copa América, o treinador baiano terá tempo de sobra para corrigir os erros vistos pela equipe até agora e dar novo rumo ao time nesta segundona.

O treinador está confiante no bom trabalho neste período. Loss acredita que este tempo servirá para a equipe amadurecer e voltar a ser competitiva. “Acho que temos uma margem imensa para evoluir, jogadores de muita qualidade. A gente vem conversando internamente. Precisamos, sim, de alguns reforços pontuais, mas não vamos contratar a esmo, vamos escolher bem para que a gente não erre. O Vitória não está em condições de errar nas contratações. Hoje a gente sabe que tem um grupo que é volumoso, que é bom, mas que a gente pode melhorar ele ainda”, disse o treinador, que foca na evolução técnica e emocional dos jogadores.

Desfalque certo

Para a sequência da Série B, Osmar Loss não poderá mais contar com o atacante Ruan Levine. O jogador teve uma lesão completa no ligamento do joelho direito e será desfalque no restante da temporada. O atleta passou por cirurgia e o tempo estimado de recuperação é de seis a oito meses.

A diretoria do Vitória também aproveitará a parada da Copa América para buscar reforços. Além disso, o clube baiano confirmou a permanência de Neto Baiano para o restante da temporada.

As chances do Vitória

Para chegar ao tão sonhado acesso, o Vitória precisa somar 60 pontos. Segundo o site de estatísticas infobola, o clube que alcança esta pontuação conseguirá a classificação para a Série A.

Na temporada passada, o Goiás chegou aos 60 pontos e conseguiu o acesso na quarta posição, com um aproveitamento de 53%. A Ponte Preta fez o mesmo 60 pontos e o mesmo aproveitamento, mas ficou de fora pelo número de vitórias, 16 contra 18 do time esmeraldino.

Neste planejamento, o Vitória precisa somar mais 54 pontos e conquistar pelo menos 17 vitórias nos próximos 30 jogos para subir. Missão difícil, mas não impossível. Para isto acontecer, o clube precisa de uma reação imediata, já a partir do próximo jogo diante do Cuiabá, no próximo dia 13 de julho.

 

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