Foi constatado por uma pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF), que as mulheres e crianças que já foram infectadas pelo vírus Zika podem desenvolver imunidade à doença. Segundo os pesquisadores, cerca de 80% dos 100 pacientes (50 mães e 50 crianças), analisados durante o estudo, ficaram imunes depois de serem submetidos à infecção.

De acordo com Luzia Maria de Oliveira Pinto, pesquisadora da Fiocruz, o sangue dos pacientes (mães e crianças) começou a ser coletado e analisado a partir de 2018. O objetivo é buscar respostas sobre o sistema imunológico dessas pessoas conforme uma nova exposição ao vírus.

Buscamos “entender se, um dia, caso essas pessoas reencontrem o vírus, elas teriam a capacidade de responder a esse vírus e não ficar mais doente, ou seja, adquirindo a imunidade”.

A UFF, além do acompanhamento laboratorial desses 100 pacientes, também faz a supervisão clínica de mais de 260 crianças infectadas pelo vírus que nasceram na região de Niterói. O intuito, de acordo com a pesquisadora da UFF Claudete Araújo Cardoso, é verificar se elas desenvolvem alguma doença ou complicação ao longo dos cinco primeiros anos de vida.

Durante esse acompanhamento, os pesquisadores verificaram que alguns bebês que nasceram aparentemente saudáveis desenvolveram um quadro de microcefalia de três a seis meses após o parto. Esse fenômeno, segundo Claudete, já havia sido constatado em 13 crianças do Nordeste e foi confirmado agora em seis crianças que estão sendo acompanhadas pela UFF.

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