O diretor-administrativo do Camaçari Card, Ramiro Sena disse em entrevista, ao programa Bahia no Ar, na manhã desta quarta-feira (29), que o Camaçari Card sofreu um rombo de mais de R$ 6 milhões.
De acordo com Ramiro, o furo aconteceu devido às antecipações de valores para o grupo que formava a administração, formado por CooperUnião, Cooastac e Viação Cidade Industrial (VCI).
Com 40 anos trabalhando no transporte público de Camaçari, o diretor relatou que o sistema está caótico. O entrevistado disse a Roque Santos que alguns permissionários se recusam a aceitar passageiros que usam o cartão, mesmo já tendo recebido o dinheiro de forma antecipada.
“O transporte começou uma decadência. Tem alguns permissionários que hoje não querem aceitar o cartão. O Camaçari Card tem sua parcela de culpa, porque era um dinheiro que deveria estar lá. Ficou um furo de 6 milhões e 300 reais”.
Ramiro esclareceu que essa antecipação aconteceu devido ao momento que os trabalhadores passavam, mas não deixou de fora o fato da VCI ter ido embora da cidade durante a pandemia, com mais de R$ 2 milhões do sistema de bilhetagem.
O restante do dinheiro para chegar aos R$6,3 milhões foi repartido entre as cooperativas. “O que houve no Camaçari Card foi antecipações. A administração era composta por VCI, CooperUnião e Cooastac. Os três fizeram as antecipações devido às necessidades que existiam no momento. Se apropriaram indevidamente do dinheiro”, disse Ramiro, esclarecendo que estava fora da direção do Camaçari Card de 2017 a 2021, quando o caso aconteceu.
Intervenção no Camaçari Card
Ramiro Sena alegou que o comandante da Superintendência de Trânsito e Transporte de Camaçari (STT), Hélder Almeida “tá esquecendo que o Camaçari Card não é culpado”.
“A culpa foram dos gestores. Quem tem que pagar são os gestores e saber o que eles fizeram com esse dinheiro. A VCI pegou mais de 2 milhões e foi embora”.
Quando deixou a direção do Camaçari Card, Ramiro disse que deixou R$ 1,8 milhão em caixa, mas a gestão que entrou começou a prática da antecipação do dinheiro, até que virou uma “bola de neve” de mais de 6 milhões.