O Ministério Público da Bahia (MP-BA), divulgou nesta quarta-feira (20), que os quatros suspeitos de envolvimento no assassinato da cantora gospel Sara Freitas tinham o objetivo de usar a imagem da artista para a lançar a carreira de Victor Gabriel, um dos acusados de participar do crime.

Os suspeitos são Ederlan Mariano, Gideão Duarte, Victor Gabriel, Bispo Zadoque. Eles foram indiciados pelos crimes de homicídio, ocultação de cadáver e associação criminosa.

Sara saiu de casa acreditando que iria se apresentar em mais um culto religioso. A cantora foi encontrada morta no dia 27 de outubro, ás margens da BA-093, na altura de Dias D’Ávila, na Região Metropolitana de Salvador.

Denúncia

Os quatro foram denunciados pelo MP-BA pelo crime. As investigações descobriram que eles queriam executar a vítima e assim se apoderar da força da imagem dela e de toda estrutura já estabelecida para lançar a carreira de Victor.

Eles acreditavam que essa nova carreira daria mais lucro para eles futuramente. Com isso, a suspeita inicial de que o crime teria sido motivada por ciúmes foi descartada.

A partir das provas, Ederlan é citado como principal interessado na morte de Sara. Ele foi as redes sociais e aos canais de televisão para tentar encobrir sua participação no crime. “tendo planejado e controlado as ações dos demais denunciados”.

Eles contavam com a promessa de Ederlan de disponibilizar as ferramentas digitais de seu estúdio para promoções das carreiras artísticas dos executores da morte de Sara.

Pagamento

Sara havia juntado durante alguns meses uma quantia em dinheiro, que de acordo com um áudio enviado por ela a uma amiga, seria para fugir do marido.

Os suspeitos de envolvimento na morte da cantora gospel admitiram ter recebido R$2 mil, dados por Ederlan Mariano para executar o crime. A declaração foi dada durante interrogatório na delegacia de Dias D’Ávila.

Outro homem, identificado como Davi Oliveira, teria recebido 200 reais. Ele sabia do crime, mas não teve participação.

Veja abaixo como o dinheiro foi dividido:

R$2 mil: valor pago por Ederlan Santos Mariano pela morte de sua esposa.

R$900: valor recebido por Bispo Zadoque, executor da vítima e responsável pela ocultação do cadáver.

R$500: valor recebido por Victor Gabriel de Oliveira, que segurou Sara para que Bispo Zadoque a matasse

R$400: valor recebido por Gideão Duarte pelo transporte de Sara para encontro dos executores, e dos mesmos para a casa de Ederlan após o crime. Ele também teria voltado ao local do crime com os executores para a queima do corpo de Sara.

R$200: valor recebido pelo homem identificado como “cantor Davi Oliveira”.

Relembre o caso e as prisões

Sara estava fazendo o que ela fazia com frequência, se preparando para ir a um culto evangélico fazer suas pregações. Ela saiu de casa, no bairro de Valéria em Salvador em direção a Dias d’Ávila.

Sara Freitas acreditava estar a caminho de uma reunião de mulheres, em uma igreja.

A cantora foi levada por Gideão. O jovem já era um motorista de confiança de Sara. Depois desse dia Sara nunca mais foi vista com vida.

Ederlan foi as redes sociais, antes do corpo ser encontrado e disse acreditar que algo ruim teria acontecido a Sara.

Aos poucos a farsa foi sendo derrubada. As investigações mostraram que Ederlan era agressivo com Sara e a forçava a ter relações sexuais. Disse ainda que a cantora gospel planejava sair de casa.

Outro suspeito na morte da cantora, Bispo Zadoque. Ele era amigo da vítima e trocava mensagens com ela. Se dizia admirador do trabalho de Sara. O homem atuava em igrejas evangélicas e costumava trocar mensagens com a vítima nas redes sociais.

Gideão Duarte, também foi preso. No mesmo dia eles passaram por audiência de custódia e o quarto suspeito de participar do crime foi identificado como Victor Gabriel de Oliveira, foi preso também no dia 15, em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador.

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