Cerca de 70% dos materiais para reciclagem encontrados em um depósito, que pegou fogo e alcançou grandes proporções, na tarde desta quarta-feira (17), foram queimados até as primeiras horas desta quinta-feira (18). O restante do material foi isolado e não corre risco de pegar fogo novamente.
De acordo com Ivanaldo Soares, coordenador da Defesa Civil, o incêndio deve ser totalmente debelado ao longo do dia, quando o rescaldo for finalizado pelo Corpo de Bombeiros. A situação foi controlada por completo ainda na madrugada desta quinta-feira.
Ainda conforme Ivanaldo, as famílias evacuadas não terão o retorno liberado para suas residências até que a fumaça no local seja extinta. ”É uma fumaça tóxica, a Defesa Civil isolou o local. Não vamos liberar a volta das famílias [até a extinção da fumaça]”, disse o coordenador, em entrevista ao programa Bahia no Ar.
Segundo Ivanaldo, o material estava na empresa há alguns anos. ”Não tinha um hidrante, não tinha extintor de incêndio, não tinha nada. Esse material tem anos aqui”, apontou o coordenador.
Em conversa exclusiva com o Bahia no Ar, um homem, apontado como vigilante do depósito, afirmou que no local funcionava uma espécie de cooperativa, que recebia materiais para reciclagem de toda a Região Metropolitana de Salvador (RMS). Esse material teria sido alcançado por chamas que atingiram uma vegetação próxima, aumentando a proporção do incêndio.
Uma rua inteira próxima ao local foi interditada e as famílias foram evacuadas. Moradores de ruas que cruzam o depósito também foram orientados para não permanecer no lugar. Informações sobre o proprietário do terreno serão confirmadas hoje, segundo informações da Defesa Civil.
INCÊNDIO: mais de 30 famílias são evacuadas em Camaçari
Considerado, pela Coordenadoria de Proteção e Defesa Civil (Compdec), como um dos maiores incêndio ocorridos em Camaçari nos últimos anos, o fogo que atingiu um depósito de materiais reciclados no bairro Jardim Limoeiro, na tarde desta quarta-feira (17/1), alcançou grandes proporções em poucos minutos. Mais de 30 famílias, que residem nas proximidades do local, tiveram que ser evacuadas da área.
O coordenador da Defesa Civil, Ivanaldo Soares, explicou que a medida adotada de retirar os moradores, se deu devido ao risco de intoxicação provocado pela fumaça densa, que resulta da queima do material plástico. “Tiramos os moradores das casas porque a densidade da fumaça estava muito forte. Caso essa nuvem baixe, e atinja as residências, o risco à vida é muito grande, pois a fumaça do plástico é extremamente tóxica”, justificou.
Ainda, de acordo com Ivanaldo, o incêndio, que atingiu milhares de big bags – sacolas grandes –, geralmente utilizadas para armazenamento de materiais de reciclagem, pode ter sido originado em um terreno vizinho onde funcionava uma fábrica de produtos alimentícios. “Passamos por aqui mais cedo e identificamos o incêndio na vegetação. Acionamos a equipe para vir debelar o fogo. Porém, quando chegamos, vimos que as chamas já haviam atingido o depósito. Quando a gente fala para não praticar queimadas em vegetação, é para evitar coisas como essa”, destacou o coordenador.
Entre as medidas adotadas pela equipe da Defesa Civil, que atuou em conjunto com o 10° Grupamento de Bombeiros Militar (GBM) de Camaçari, está o resfriamento do local para diminuir a temperatura. “Estamos aqui, com carros-pipas abastecendo os caminhões dos bombeiros. Nosso plano de ação inicial é fazer o monitoramento e evitar que o fogo se expanda e atinja as residências. Já solicitamos, junto à Seinfra [Secretaria da Infraestrutura], retroescavadeiras para nos ajudar na movimentação desses materiais”.
Ao voltar do trabalho no final da tarde, Hiago Oberlândio, morador de uma das casas situadas no entorno do incidente, foi surpreendido com a notícia de que, por enquanto, precisará ficar na casa de amigos ou de parentes até que a situação seja controlada. “Agora, não tem o que fazer, além de esperar. Entendo que a medida é necessária, então vou seguir a orientação. Tomara que amanhã tudo esteja resolvido”, comentou o engenheiro de produção, que reside no local há poucos meses.
A orientação da Defesa Civil para as pessoas que inalaram fumaça do incêndio, é que procurem uma unidade de saúde para verificar as condições. “Pois, elas podem ter a sensação de que vão desmaiar, ou mesmo, chegar a desmaiar de fato. Outras tendem a se sentir sufocadas ou com alguma dificuldade respiratória. Nestes casos, devem procurar atendimento médico urgente”, orientou Ivanaldo, ao completar, “esperamos que isso não aconteça. Por isso, como medida de prevenção, achamos melhor retirar as pessoas do local”.
A expectativa das equipes é que o trabalho de combate ao incêndio dure alguns dias, em virtude da alta capacidade inflamável do resíduo plástico e da grande extensão da área, que foi estimada em cerca de 20 mil metros quadrados (m²).
Também participam da ação, agentes da Polícia Militar da Bahia (PM-BA) e funcionários da empresa Neoenergia Coelba, que desligaram a rede elétrica para evitar curtos-circuitos, no caso das chamas atingirem a fiação.