A família vítima de um sequestro no último dia 6, no bairro Parque Real Serra Verde, em Camaçari, deu uma entrevista ao jornal Correio 24h afirmando saber quem seria o mandante do crime: um empresário que deseja tomar o terreno que, segundo ele, lhe pertence.
De acordo com a dona da casa, que fica próxima à Estrada da Cascalheira, um grupo criminoso teria invadido o local e levado todos os familiares presentes – o maridos, dois filhos de 13 e 17 anos, além da própria – com a falsa informação de que seriam policiais a procura de drogas, segundo uma suposta denúncia apresentada.
O imóvel foi revirado e todos passaram por 4 horas de horror e tortura psicológica, sendo levados por eles com o pretexto de serem entregues para a delegacia. No meio do caminho, foram abandonados e receberam um ultimato: se voltassem para a residência, poderiam ser mortos.
Segundo o relato da vítima, que não quis se identificar, isto não é a primeira vez que isso acontece e tudo indica que seria em relação a esta briga pelas terras alçada pelo empresário, que não foi identificado publicamente.
“Chegaram no mesmo carro, desligaram a minha luz, internet, tocaram fogo ao redor do muro, de fora a fora, e ainda botaram sigla de facção, que não tenho nada a ver com isso […] depois um homem apontou a arma para mim. Fiquei paralisada, não sabia o que fazer, mas ele entrou no carro e foi embora”, contou ao Correio.
Ela explica que adquiriu o lote há cerca de 15 anos, através de um contrato de compra e venda, mas este vendedor logo sumiu. Em 2022, no entanto, o apontado como autor destes crimes pela família apareceu reivindicando para si a propriedade daquela região, cobrando a desapropriação das casa de imediato.
“Todas às vezes que perguntava se ele tinha a escritura ou ordem de despejo, ficava calado ou dizia que queria ver o meu contrato de compra e venda. Como ele nunca mostrou os documentos dele, eu nunca mostrei o meu”, detalhou.
À reportagem, a delegada Daniele Monteiro, titular da 18ª Delegacia Territorial (DT) afirmou que o homem tem a escritura do terreno, que pertencia ao pai, mas nega as acusações de ter sido o mandante pois, segundo o próprio, o processo que está na justiça se encontra em fase final e não teria justificativa para cometer isso. O caso complexo segue em investigação pela unidade.
Cadê as autoridades que se dizem competentes para investigar o caso?