A professora Sueli Santana, de 51 anos, relata que está sendo alvo de intolerância e racismo religioso cometido por pais e alunos da Escola Municipal Rural Boa União, em Catu de Abrantes, costa de Camaçari. Candomblecista, a profissional diz que está sendo alvo de diversas ofensas desde janeiro e que chegou a ser atingida por pedradas dentro da sala de aula, na última quinta-feira (21).

Por conta disso, pela gravidade da situação, Sueli decidiu expor o caso à imprensa local e registrar uma ocorrência na Polícia Civil. Tudo começou quando foram entregues um material de valorização da cultura afro-brasileira, elaborado pela Secretaria de Educação do município (Seduc), rejeitado pelos pais de estudantes, alegando que “nossas famílias não têm contato com esse tipo de gente“.

Desde então, a professora ouve ofensas feitas pelos alunos, influenciados pelo posicionamento feitos pelos responsáveis, chegando à agressão cometida nos últimos dias, enquanto lecionava para uma turma de ensino fundamental 1, o que para ela foi o ápice do absurdo inaceitável.

A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Camaçari está à frente do caso, registrado como injúria e lesão corporal, e afirmou que já realiza convocação para colher depoimentos de testemunhas, apurando toda a situação.

A Seduc, em nota, declarou que também realiza uma investigação interna e “reitera seu compromisso com a valorização da diversidade e de respeito às diferenças, sejam elas relacionadas a crenças, gênero ou cor, repudiando qualquer forma de descriminação“.

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