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Após atrasos e incertezas em relação à continuidade do projeto, a JAC Motors do Brasil confirmou, ontem, que pretende construir na Bahia uma fábrica menor do que a anunciada inicialmente. O novo projeto vai custar R$ 200 milhões, enquanto o antigo previa R$ 900 milhões. A fábrica, que vai fazer apenas a montagem final do carro – que virá praticamente pronto da China, em sistema CKD (Completely Knock-Down), inclusive pintado –, será tocada exclusivamente pela empresa brasileira, sem participação da matriz, na China. Inicialmente, a JAC pretendia fabricar pelo menos uma parte do veículo no Brasil, com planos, inclusive, de instalar um centro para o desenvolvimento de tecnologia.

Outra diferença no novo projeto é que a fábrica terá capacidade para produzir 20 mil carros por ano, ao contrário dos 100 mil previstos antes. Em entrevista à Istoé Dinheiro na última sexta-feira, o presidente da JAC Motors do Brasil e do Grupo SHC, Sérgio Habib, disse que o veículo a ser produzido no Brasil será chamado de T5, um utilitário médio que na China se chama S3. O diretor de assuntos corporativos da JAC no Brasil, Eduardo Pinciguer, disse que o novo cronograma será apresentado nas próximas semanas, mas há uma expectativa de que a unidade comece a produzir no início de 2017.
Segundo ele, a empresa está discutindo com o Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC) as alterações no projeto, para ter direito aos incentivos previstos no Inovar-Auto, programa de incentivo ao desenvolvimento da indústria automobilística brasileira. “A gente está solicitando mudanças no plano inicial e assim que estivermos habilitados vamos divulgar direitinho. O CKD é uma maneira de podermos começar rápido. Vai nos ajudar a recuperar o atraso”, diz Pinciguer. Segundo ele, a demora na liberação do financiamento de R$ 120 milhões, que havia sido solicitado pela empresa à Desenbahia, acabou tendo um efeito positivo.

“Se a gente tivesse começado a fábrica com o tamanho que nós imaginávamos antes, caso ela ficasse pronta, teríamos dificuldades por conta da retração do mercado”, analisou, lembrando que o mercado brasileiro esfriou nos últimos anos. “A gente planejou a fábrica de um tamanho em 2012, quando o mercado apontava que em 2016 e em 2017 teríamos um mercado de 5 milhões de veículos no Brasil. E todo mundo sabe que esse cenário não se confirmou”, lembra.

O objetivo da JAC Motors do Brasil com a operação é se livrar da limitação à importação de veículos, atualmente em 4,8 mil unidades por ano para quem não tem fábricas no país. “Para poder começar, vamos começar pequenininhos”, afirmou o diretor da empresa, Eduardo Pinciguer. A JAC Motors, que chegou a vender 38.217 carros no País em 2011, caiu para 8.416 em 2014 e no ano passado licenciou apenas 5.026 unidades.