A secretária de Infraestrutura e Habitação, Joselene Cardim, concedeu uma entrevista ao apresentador Roque Santos no programa Bahia no Ar, primeira edição onde explanou diversos assuntos, entre eles o mistério da obra do Rio Camaçari, com o desaparecimento de R$ 41 milhões.
Parada há mais de um ano, a obra do Rio Camaçari foi interrompida depois da intervenção do Ministério das Cidades. Segundo a secretária, o projeto atual é impertinente e a pasta já está realizando estudo para criação de um novo projeto. “O projeto que existe hoje é inviável, não funciona, desapropria e quer retirar muita gente das margens do rio”. A titular da pasta ressaltou ainda que os trechos que restam geram R$ 55 milhões de indenização e isso não funciona, e que o projeto precisa ser refeito.
Ainda de acordo com a secretária, só o trecho 8 da obra, que vai da avenida 28 de Setembro, antiga Radial A, até a avenida Rio Camaçari, conforme o atual projeto a Prefeitura terá que pagar de indenização mais de 20 milhões. “O município não tem condições de indenizar esse ponto, então temos que mudar o projeto. Os dois governos anteriores fez obra aonde tinha foguete para eles soltarem, e isso é complicado, porque nós não estamos aqui para soltar foguetes, a gente precisa fazer a macrodrenagem”, acrescentou.
Joselene Cardim destacou ainda que já foram investidos aproximadamente R$ 100 milhões na obra do Rio Camaçari, e classificou a intervenção como uma verdadeira “caixa preta” que precisa ser aberta. “Foram 85 milhões pagos com recursos federais e a Caixa Econômica só reconhece 44 milhões, o Ministério está vindo para Camaçari, porque os 41 milhões vão ter que aparecer”. Além desse valor, teve um investimento de mais R$ 20 milhões com recursos próprios.
Nesta quarta-feira (5), o Ministério das Cidades virá à Camaçari, para averiguar junto a Prefeitura e Caixa Econômica Federal os trâmites que impedem o andamento da obra e para saber onde foram parar os R$ 41 milhões que a Caixa não reconheceu.
A secretária Joselene Cardim finalizou a entrevista falando sobre os empreendimentos do Minha Casa, Minha Vida, que vão beneficiar mais 1027 famílias. Os conjuntos habitacionais Sítio Verde e Sítio Horizonte, situados no bairro Verdes Horizontes serão entregues até o mês de maio.
Ouça a entrevista:
Estamos pagando uma conta superfaturada e com juros compostos de uma obra inacabada que vai se arrastar por anos e custar outros milhões a população pela pavimentação e despoluição de um rio que foi poluído por uma empresa pública ao canalizar a rede de esgoto sem tratamento para o rio que atualmente é um esgoto a céu aberto no meio da cidade. Revolta é uma palavra insignificante para descrever o sentimento que isso me causa. É triste demais pertencer a essa geração e a esse tempo!!