Nesta terça-feira (10) a revista “The Lancet HIV” publicou um estudo que sugere que um paciente portador do vírus HIV não apresenta mais sinais de infecção. Essa pessoa foi submetida a um transplante de células-tronco. Segundo a pesquisa realizada por cientistas da Universidade de Cambridge, as amostras de sangue do paciente não apontam mais sinais do vírus, 2 anos e meio (30 meses) depois de ele interromper o tratamento antirretroviral contra o HIV.
Esse, todavia, é o segundo caso do tipo, em todo o mundo. O primeiro foi registrado em 2011, quando o “paciente de Berlim” se tornou o primeiro a reportar a cura da infecção por HIV. “Sugerimos que nossos resultados representam uma cura do HIV”, afirmam os autores.
Os pesquisadores acrescentam ainda que restos do DNA do vírus foram detectados em algumas amostras de tecido, mas estes, segundo eles, representariam apenas resquícios “fósseis”, incapazes de reproduzir o vírus.
O novo caso foi batizado de “paciente de Londres”, e tanto ele como o anterior, do “paciente de Berlim”, foram submetidos ao mesmo procedimento, que inclui duas sessões de transplante de células-tronco de doadores específicos. O objetivo é tornar o vírus incapaz de se replicar no corpo do paciente, substituindo as células de defesa pelas do doador. No entanto, um dos pesquisadores alerta que o tipo de tratamento usado nos dois pacientes mencionados é considerado arriscado.
“Temos que colocar na balança a taxa de mortalidade de 10% para um transplante de células-tronco. Não é um tratamento que seria oferecido amplamente a pacientes com HIV que estejam em um tratamento antirretroviral de sucesso”, ressalvou.
O programa das Nações Unidas para a Aids, a UNAids, informou que 2018 havia cerca de 38 milhões de pessoas vivendo com o vírus HIV em todo o mundo. No mesmo ano, aproximadamente 770 mil pessoas morreram de doenças relacionadas à Aids.