Gustavo Molitor Porcides, 28 anos, é curitibano e mora em Stuttgart, capital do estado de Baden-Württemberg, Alemanha, desde novembro de 2018, com sua esposa e um cachorro.
Ele se mudou a trabalho, é programador, e diz que na localidade é difícil ver pessoas de máscaras nas ruas. “Nas últimas semanas só vi uns três, todos asiáticos, que já têm uma cultura de usar máscaras”
Há no entanto, no relato do brasileiro, uma corrida da população aos mercados, a fim de estocar macarrão e papel higiênico, além de lugares vazios na cidade que comumente estariam cheios. Gustavo também falou sobre as medidas tomadas pelo governo na localidade: “Não percebi nenhum pânico, fora esse desespero de ir ao mercado comprar papel higiênico e macarrão. Ontem fui para o centro da cidade e vi que o movimento está bem menor. Estava meio dia no único shopping da cidade e a praça de alimentação estava bem vazia, sendo que normalmente não tem nem onde sentar. Semana passada o governo municipal passou um aviso de que escolas estariam fechadas, assim como bares, museus, bibliotecas, academias e outros lugares e eventos que costumam juntar bastante pessoas.
Foi cancelada a Frühlingsfest, a Festa da Primavera, que aqui na cidade é uma das maiores da Europa. E isso porque ela só começa a partir de 20 e poucos de abril. Também foi proibida a visita a idosos em casas de repouso, assim como foram adiadas cirurgias e procedimentos médicos de não urgência para preparar melhor os hospitais para receber doentes de Corona.
Não conheço ninguém que adoeceu porque aparentemente as pessoas têm tomado mais cuidados. A empresa onde eu trabalho liberou pra trabalhar de casa por no mínimo mais duas semanas. Mas esse desespero por estocar comida começou do meio dessa semana pra frente, desde que foi declarado pandemia”.
Gustavo registrou algumas fotos do mercado em que esteve em sua conta pessoal no Facebook. No local há várias prateleiras vazias.
Gustavo, na cidade onde mora
*Entrevista exclusiva para o Bahia No Ar