A família de uma jovem de 27 anos do município de Mairi, a 286 km de Salvador, que morreu cerca de 24h após dar à luz a um filho morto, está acusando a obstetra que a atendeu de negligência médica. De acordo com a delegacia da cidade, a prima de Jociene Lima da Silva registrou queixa e solicitou a investigação da morte. O marido da jovem não compareceu à unidade policial por estar em estado de choque.
Segundo o delegado Zennon de Almeida, Jociene esteve no Hospital Deputado Luís Eduardo Magalhães na segunda-feira (18) sentindo dores. Ela foi avaliada pela obstetra, que afirmou que a jovem não estava pronta para ter o filho ainda e a mandou retornar no dia seguinte.
Jociene retornou à unidade médica e foi internada para ter o bebê. O relatório do hospital, analisado pelo delegado, informa que a criança estava com o cordão umbilical enrolado pelo pescoço e nas mãos, e morreu asfixiada. Jociene foi medicada e, em seguida, solicitou alta médica informando estar se sentindo melhor.
A equipe do hospital analisou e atendeu ao pedido da paciente, que retornou na noite de ontem se sentindo mal. Segundo o delegado Zennon, a médica disse que Jociene começou a ter crises na madrugada e seu quadro médico piorou. Ela chegou a ser inscrita na Central de Regulação para ser transferida para um hospital na Feira de Santana ou Salvador.
Apesar disso, a paciente não resistiu e teve uma parada cardiorrespiratória. Os medicos afirma ter tentado ressuscitar Jociene com um desfibrilador, sem sucesso. De acordo com o hospital, a parada aconteceu em decorrência de um processo infeccioso.
Já a versão da família contradiz os relatórios médicos. "Eles comunicaram à delegacia que a morte tinha sido em razão de imprudência ou negligência médica", informou o delegado Zennon, esclarecendo que começou a investigar o caso já nesta quinta-feira (21) e conversou com a médica responsável.
Zennon esclarece que só será possível determinar se houve realmente erro ou negligência após o Departamento de Polícia Técnica (DPT) determinar as causas da morte da paciente. Caso o laudo aponte que houve erro médico, ele afirma que irá abrir um inquérito para responsabilizar a obstetra. Fonte: COrreio