A Polícia Federal deve continuar à procura dos oito líderes envolvidos no motim da PM e com mandato de prisão emitido pela justiça. Os oito foragidos são o sargento PM Marcos Vinícius, Fábio Brito (diretor jurídico da Aspra), Alessandro Reis (ex-diretor financeiro da Aspra), Edianario Santos (Aspra Feira de Santana). Além dos identificadas como ex-soldado Edianari, soldados Josafá, Augusto Junior e Gilvan.
Na madrugada desta quinta, o dirigente da Associação dos Policiais, Bombeiros e de seus Familiares (Aspra), o ex-PM Marco Prisco, negociou sua rendição à polícia. Sob a condição de deixar a Assembleia Legislativa (AL), no CAB, pelos fundos, com o ex-sargento Antônio Paulo Angelini, únicos no prédio com prisão preventiva expedida pela Justiça, ambos foram presos pelas polícias Federal e do Exército por volta das 6h30 da manhã.
No decorrer da semana, foram detidos o sargento Elias Alves de Santana, lotado na 12ª Companhia Independente de Polícia Militar (Rio Vermelho), e o soldado PM Alvin dos Santos Silva, da Companhia de Polícia de Proteção Ambiental (Coppa), além da soldado Jeane de Souza. Para o advogado criminalista Rogério Andrade, contratado para defender os 12 líderes da greve, houve excesso da Justiça ao pedir a prisão preventiva deles, “por serem réus primários, com endereço fixo e profissões lícitas”.
Decisão – A decisão de abandonar a resistência grevista ocorreu poucas horas depois de a Secretaria da Segurança Pública (SSP) revelar à imprensa o conteúdo de escutas telefônicas, autorizadas pela Justiça, entre o ex-PM e o presidente da Associação de Policiais e Bombeiros da Bahia (Aspojer), David Salomão, domingo passado, quando os dois supostamente tramavam atacar veículos e interditar o tráfego na BR-116.
Escoltados em viaturas do Grupo de Operações Táticas da Polícia Federal (GOT) até um helicóptero do Exército, que os aguardava a cerca de 500 metros da AL, Prisco e Angelini seguiram para o Setor Militar Urbano da 6ª Região, na Avenida Paralela. Lá, segundo o advogado Rogério Andrade, Prisco e Angelini fizeram exame de corpo e delito, foram interrogados e levados para a Cadeia Pública, na Mata Escura.
O restante do grupo de 245 pessoas, entre mulheres e homens, segundo contagem feita pelo Exército, evacuou pacificamente a sede da AL, à pé, em motocicletas, carros e no ônibus cedido pelos militares. Após passar pela revista dos agentes da PF, os amotinados ligados à Aspra seguiram para o Sindicato dos Bancários. O tenente-coronel Márcio Cunha, disse que a tropa atendeu ao pedido do governador Jaques Wagner que “rechaçava o combate”.