Na noite da quarta-feira, 3 de fevereiro, por volta das 23h46, chegou ao Brasil o avião transportando 5,4 mil litros de insumos que serão usados na produção da vacina chinesa contra a Covid-19, batizada de CoronaVac e desenvolvida pelo laboratório Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. As doses chegaram no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), por meio de um voo oriundo da China.

Participaram da operação para liberação da carga as equipes do aeroporto, a Receita Federal, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Polícia Federal (PF). Na manhã desta quinta-feira, 4 de fevereiro, às 10h, o material deve deixar o terminal, com destino a São Paulo.

O momento do desembarque também contou com a presença do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), do secretário de Saúde do estado, Jean Gorinchteyn, e do diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas.

Na oportunidade, Dimas Covas revelou que na semana que vem o território brasileiro receberá mais litros de insumos.

“Vão chegar mais insumos na semana que vem, no dia 10, e até o final do mês esperamos mais 10 mil litros. Então não pararemos até entregar todo o quantitativo de 100 milhões de doses, que deve ser até agosto, começo de setembro”, estimou.

“É uma satisfação enorme ajudar o país nesse momento. Vamos ter, obviamente, algumas dificuldades por esse caminho, mas vamos trabalhar para que essas vacinas sejam disponibilizadas o mais rápido possível”, acrescentou o diretor do Instituto Butantan.

Produção

Esse é o primeiro lote de insumos que o Instituto Butantan recebe neste ano. Com a chegada da matéria-prima, eles afirmam que irão produzir, em cerca de 20 dias, aproximadamente 8,6 milhões de doses do imunizante chinês, que serão envasados, embalados e rotulados na capital.

Segundo o Butantan, as vacinas produzidas a partir desse lote de matéria-prima começarão a ser entregues ao Ministério da Saúde no dia 25 de fevereiro.

Até abril, o Butantan prevê é receber o total de insumos necessários para produção das 46 milhões de doses contratadas. Desse total, seis milhões foram importadas prontas da China.

Eficácia
Os testes no Brasil, conduzidos pelo Instituto Butantan, apontaram uma eficácia de 50,38% da CoronaVac.

Além disso, a vacina tem eficácia de 78% para casos leves, que exigem algum cuidado médico, e nenhum dos vacinados ficou em estado grave, foi internado ou morreu.

Na Turquia, o imunizante teve 91,25% de eficácia ao longo de uma análise preliminar. Já na Indonésia o resultado obtido foi de 65,3%. Ao justificar as diferentes taxas computadas nos países, a farmacêutica chinesa explicou que eles usaram vacinas do mesmo lote em seus estudos, porém, os protocolos de teste não eram idênticos.

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