Jaqueline Novais, Jamile Santos e Renata Prado são mulheres que, em mais um ano, superam as dificuldades que surgem com a pandemia da Covid-19 e não deixam de investir nos seus negócios.
Com a Páscoa chegando, oficialmente dia 4 de abril, os ovos apareceram mais cedo no mercado, no final de fevereiro para o início de março já era possível ver as gostosuras de chocolates dando as caras pelo varejo e também nas divulgações das encomendas caseiras.
Aos 24 anos, a confeiteira Renata Prado já tem cinco anos no mercado doce. Já na segunda comemoração consecutiva da data diante a uma pandemia, ela acredita que as vendas devem ter um aumento de 50% em relação ao ano passado.
A inflação pesou no bolso das confeiteiras que precisaram rever a tabela de preços, que já eram quase tradição até os dois últimos anos preços preestabelecidos e fez com que tudo fosse reajustado, principalmente o valor dos ovos, especificamente os de colher. 250g do ovo chocolate pode variar em torno de R$35.
“Os preços dos insumos subiram, muitos materiais em falta nos mercados. Com isso, acaba aumentando os preços dos produtos que vendemos e dificultando no lucro nas vendas”, afirma Prado sobre a relação com o varejo e atacado. Mas a alta não diminui as expectativas do nicho.
A Federação de Comércio acredita que os empreendedores gerem uma movimentação de R$17 milhões. Em todo país, o mercado das vendas autônomas devem registrar alta de até 53% em relação a 2020, com um cenário bem similar a crise sanitária do ano passado.
Em três anos de vendas, a doceira Jaqueline Novais, também afirma que foi necessário o reajuste nos preços dos ovos, principalmente os que são personalizados pelos clientes. Jaqueline além dos ovos de colher, oferece produtos divertidos com temas infantis, entre bolos e brigadeiros.
Em 2021, Jaqueline diz que vê um “cenário um pouco complicado, o aumento descoordenado do desemprego, o aumento significante dos produtos que utilizo, e tudo isso acaba atrapalhando as vendas”.
Jamile Santos, é a mais nova das entrevistadas, tem 19 anos, mas já tem dois anos de mercado. A visão de Jamile não é diferente das demais, e a saída está na reinvenção, novas criações e devolver ao mundo a esperança que a Páscoa deve ter.
O fator muito importante reforçado por Jamile é o fechamento do comércio e as possíveis prorrogações do lockdown parcial na Bahia e as oscilações do balanço da pandemia.
“Muito difícil se adaptar com a pandemia, a gente não sabe quando as lojas vão estar abertas pra comprar os materiais, a gente tendo os materiais em casa e bem mais fácil, sempre vai ter pessoas comprando”.
A doceira também questiona o peso no bolso de quem vende e quem compra. Mas não perde a confiança que o trabalho dará retorno.
“A inflação interferiu e muito, tudo muito caro. A gente tenta manter o preço viável para todos, mas não é sempre que conseguimos. O mercado aqui em Camaçari, nunca tentou manter o preço estável para nós. No meu ver, eles não tão nem aí para os clientes”, desabafa Jamile.
Para não perder a linha de produção, Renata por exemplo, resolveu dar opções flexíveis para seus clientes. Ela opta por valores e produtos menores, de acordo com os ovos e investe na divulgação pelas redes sociais, feitas até pelos próprios compradores.
Além disso, tem muita novidade no mercado. Toda Páscoa é uma surpresa. Renata Prato trouxe os kits mini confeiteiro para as crianças e kit de docinhos para quem deseja uma opção com preço menor para presentear. Mas, como Jaqueline, ela disse que os ovos de colher seguem em alta, todos os anos.
Os sabores que não podem faltar no mercado são ninho com nutella, brigadeiro, chocolate, oreo e paçoca. Você pode conhecer e fortalecer o trabalho das empreendedoras Renata Prado, Jaqueline Novais e Jamile Santos em suas redes sociais.