Uma denúncia de suposto crime eleitoral foi registrada por alunos do Colégio Estadual Polivalente, localizado no centro de Camaçari, nesta terça-feira (22). Em vídeos e áudios enviados à redação do Bahia no Ar, estudantes foram coagidos a participar de uma reunião com integrantes da campanha do candidato à prefeitura Luiz Caetano (PT).

Segundo relatos, a gestão da unidade convocou os membros do Grêmio Estudantil para um encontro no auditório e, quando chegaram lá, se depararam com os militantes políticos aguardando para ministrar em favor da campanha. “Como é que pode? Chama os alunos para reunião de liderança e traz o povo da política do PT, isso pode dentro da escola?“, indaga uma aluna em vídeo enviado ao portal, mostrando as pessoas de camisa vermelhas e adesivos com o número da legenda.

(Confira o vídeo aqui)

Outra acusação, feita por áudio, é ainda mais grave. De acordo com a aluna, o diretor do Colégio Polivalente, havia a impedido de usar quaisquer itens ligados à campanha de Flávio Matos (União) – mesmo autorizando outros a usar os de Caetano – e ainda afirmou que, se ela mudasse de lado, seria ‘beneficiada’.

“Eu fui perguntar se a gente pode usar o adesivo do 44 [legenda de Flávio] na escola e ele [o diretor] disse que não, só o PT pode. E ainda falou comigo que ia fazer eu mudar para votar em Caetano, e se eu mudasse de voto, passo de ano”, afirmou em conversa com uma colega.

A ação, assim como ocorrida dias atrás em um colégio de Monte Gordo pela deputada federal Ivoneide Caetano (PT), desrespeita a legislação eleitoral, pois é proibido a propaganda em campanha dentro de bens públicos, como escolas, de acordo com o artigo 37 da Lei nº9504/97.

Além disso, fere o princípio de neutralidade que deve existir nos ambientes educacionais, que acaba sendo utilizado como máquina de infração e influência do eleitorado – principalmente quando há artifícios para obter vantagem, como é o caso de passar de alunos que mudem de lado.

Procurada pelo Bahia no Ar, a Secretaria de Educação do Estado (SEC) se pronunciou sobre o caso, afirmando que “em homenagem ao Mês dos Professores, foi realizado um evento para a entrega de exemplares do livro ‘Joanes ao Jacuípe – Uma história de muitas querelas, tensões e disputas locais’, precedido de apresentações musicais, de capoeira e do pocket show com Dum Ice“, negando que houve manifestação eleitoral.

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