“Sim, a prorrogação da quarentena será feita em São Paulo por mais 15 dias, do dia 8 até o dia 22 de abril”, a afirmação foi feita nesta segunda-feira (6), pelo governador João Doria. Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, bem como do Ministério da Saúde, o estado é o que concentra o maior número de casos da doença (4.620) no Brasil, como também o que segue registrando a maior quantidade de óbitos por Covid-19: já são 275.

A medida de isolamento social segue sem flexibilizações no estado. A determinação será publicada no Diário Oficial de amanhã (7). Durante o pronunciamento, Doria destacou que os prefeitos têm a obrigação de seguir a recomendação e, em caso de descumprimento das determinações, eles são autorizados a usar o “poder de polícia”.

“Nenhuma aglomeração de nenhuma espécie em nenhuma cidade ou área do estado de São Paulo será admitida. As Guardas Municipais ou Metropolitanas deverão agir”, assegurou o governador. “Isso é constitucional, não é uma deliberação que pode ou não ser seguida. Ela deve ser seguida por todos os municípios do estado”, acrescentou.

Doria ressaltou que todas as medidas são tomadas em consonância com a ciência, com os órgãos e profissionais da saúde.

“Desde o início dessa crise, todas as iniciativas do Governo do Estado de São paulo, assim como todas as iniciativas da prefeitura da capital de São Paulo, são amparadas na ciência, na opinião médica daqueles que conhecem e daqueles que tem conhecimento. Nós não fazemos ‘achismos’, e nem fazemos medidas que não estejam amparadas na verdade e na informação científica. Saber ouvir é tão importante quanto saber falar, mas é preciso ter humildade para ouvir, sobretudo, em tempos que alguns gostam de impor as suas vontades, e ameaçam aqueles que tem posição contrária”, disse.

“Se afastar daqueles que pregam o ódio, que pregam atitudes que não correspondem ao interesse maior, que é preservar vidas. Destaco, que há consenso entre as autoridades médicas, particamente todas, para o isolamento como forma de salvar vidas, e não são apenas as autordades médicas brasileiras, é a Organização Mundial da Saúde”, acrescentou. Em seguida ele fez duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro, que se mostra contrário as medidas de isolamento, e usou nomes de autoridades do governo para exemplificar aqueles que apoiam as estratégias adotadas, a exemplo dos ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e da Justiça, Sergio Moro, além do vice-presidente Hamilton Mourão.

O secretário estadual de Saúde, José Henrique German, e o coordenador de testes de coronavírus, Dimas Tadeu Covas, também fizeram algumas ponderações, em especial, sobre o impacto das medidas de isolamento social, como a suspensão de aulas e a recomendação de que a população fique em casa. Segundo eles, sem a adoção das normas que foram feitas, o cenário previsto até o dia 13 era de 5 mil mortes no estado.

“Sem essas medidas que temos tomado, no sentido de fazer um isolamento das pessoas, pelos cálculos, seriam 10 vezes mais casos do que os 4600”, destacou German.

Prorrogação da quarentena

A determinação seguirá como estava sendo realizada anteriormente: fechamento do comércio está mantido e somente os serviços essenciais estão permitidos.

Com isso, devem seguir funcionando durante a quarentena:

  • Hospitais, clínicas, farmácias e clínicas odontológicas;
  • Transporte público;
  • Transportadoras e armazéns;
  • Empresas de telemarketing;
  • Petshops;
  • Deliverys;
  • Supermercados, mercados e padarias;
  • Limpeza pública;
  • Postos de combustível.

Deverão seguir paralisados:

  • Bares;
  • Restaurantes;
  • Cafés;
  • Casas noturnas;
  • Shopping centers e galerias;
  • Academias e centros de ginástica;
  • Espaços para festas, casamentos, shows e eventos;
  • Escolas públicas ou privadas.

No entanto, no caso dos bares, cafés e restaurantes, estes podem manter o funcionamento por meio do esquema de delivery e/ou drive thru. A medida também afeta as padarias de todo o estado que trabalham com refeições.

No caso dos hospitais, clínicas, farmácias e clínicas odontológicas (públicas ou privadas), estes devem seguir com o funcionamento normal de suas atividades.

As transportadoras, armazéns, serviços de transporte público, serviços de call center, petshops, bancas de jornais, táxis e aplicativos de transporte também continuam funcionando seguindo as recomendações dos sanitaristas.

Os serviços de Segurança Pública, tanto estadual, quanto municipais, continuam funcionando normalmente. Os bancos e lotéricas também continuam abertos. As indústrias devem continuam operando, já que não têm atendimento ao público em geral.

Brasil

Até o domingo (5), segundo atualização do Ministério da Saúde, o número de infectados pela Covid-19 no país era de 11.130. Quantidade que representa um aumento de 852 casos em relação ao balanço anterior, divulgado no sábado (04).

Desde total de contaminações pelo vírus, foram registradas 486 mortes. A taxa de letalidade do vírus no Brasil é de 4,2%.

0 0 votos
Article Rating