O assunto desta quinta-feira (1º) foi uma polêmica nas Olimpíadas envolvendo a boxeadora argelina Imane Khelif, que teria sido acusada pela rival, a italiana Angela Carini, de ser uma mulher trangênero, ou seja, de ter nascido com o gênero masculino mas não se identifica com isto. Porém, a informação foi desmentida.
Tudo começou após Carini sair da disputa aos 46 segundos do round, após tomar um soco de Khelif. ““Nunca levei um soco assim, é impossível continuar. […] Não desisti, mas um soco doeu demais, e então falei ‘chega’. Vou embora de cabeça erguida”. Isso foi o motivo para que muita gente acreditasse que a oponente, na verdade, era trans – o que é um assunto amplamente discutido e combatido pela ala conservadora.
Por conta disso, Imane sofreu uma onda de ofensas e xingamentos nas redes sociais, argumentando que ela não deveria estar ali, disputando com mulheres. O Comitê Olímpico Argelino (COA) se pronunciou, deixando bem claro que a atleta é uma mulher cisgênero, isto é, que se identifica com o gênero de nascença, sendo uma completa mentira orquestrada para desestabilizá-la.
“Estas tentativas de difamação, baseadas em mentiras, são completamente injustas, especialmente num momento crucial em que ela se prepara para os Jogos Olímpicos, o auge da sua carreira”, alfinetou o COA em nota pública.
Vale destacar que na Argélia a comunidade LGBTQIA+ ainda é criminalizada, sendo proibida por lei qualquer transição de gênero, o que já faz a argumentação inicial cair por terra, pois a pugilista não representaria o país nas Olimpíadas se fosse uma mulher transexual.
Em seguida, o próprio Comitê Olímpico Internacional (COI), que organiza o evento, reforçou o que foi dito pela equipe argelina e evidenciou que não há nenhuma irregularidade sobre o caso, como tinha sido levantado anteriormente.
“Todos os atletas participantes do torneio de boxe dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 cumprem os regulamentos de elegibilidade e inscrição da competição, bem como todos os regulamentos médicos aplicáveis”.