Na tarde desta quarta-feira (19) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participará de uma audiência na Justiça. Essa é a primeira vez que o petista será interrogado, desde que deixou a prisão, em novembro de 2019. As informações são do UOL.

Lula será interrogado no processo em que é réu por suspeita de participação em um esquema envolvendo uma Medida Provisória (MP); ele é acusado de ter cometido o crime de corrupção passiva. O ex-presidente será ouvido pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal.

Em 2009, o governo do então presidente editou a MP 471, responsável por beneficiar empresas do setor automobilístico, um dos pontos investigados pela Operação Zelotes. No entanto, a Procuradoria destaca que a medida envolveu a promessa de pagamentos de vantagens indevidas a intermediários do esquema e a agentes políticos.

Além de Lula, entre os beneficiados, estariam o chefe de gabinete do petista, o ex-ministro Gilberto Carvalho, outro réu na ação. A denúncia ressalta que os dois receberam a promessa de R$ 6 milhões em pagamentos indevidos em contrapartida à edição da MP. A verba teria como destino campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores (PT).

Para a Procuradoria, a MP 471 teve “andamento atípico”, tendo passado por três ministérios em apenas um dia (19 de novembro de 2009). No dia seguinte, a medida foi publicada no Diário Oficial. A denúncia foi oferecida em 2017.

Defesa

Tanto Lula  quanto Carvalho sempre negaram todas as acusações. A defesa do petista afirma que os trâmites da MP “foram absolutamente corretos” e que há uma perseguição política contra ele. A defesa de Carvalho qualificou a ação como um “completo absurdo”.

Outros processos

O ex-presidente também é réu em processos na Justiça Federal de São Paulo e do Paraná. Em algumas das nove ações nos dois estados e no Distrito Federal, ele ainda será interrogado.

No Paraná, Lula acumula, até o momento, duas condenações. Em uma delas, no processo referente ao caso do tríplex, ele chegou a ficar preso entre abril de 2018 e novembro de 2019, quando foi solto após o Supremo Tribunal Federal (STF ) ter mudado seu entendimento a respeito de início de execução da pena após condenação em segunda instância.

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