O uso da caxirola por tricolores e rubro-negros no Ba-Vi de ontem, na Fonte Nova, deu os primeiros sinais de que vai virar mania nas partidas da Copa das Confederações e da Copa do Mundo realizadas no Brasil este ano e em 2014.

O instrumento criado por Carlinhos Brown fez sucesso com torcedores e com os técnicos dos times, apesar de ter sido pivô de uma confusão no final do primeiro tempo, quando torcedores do Bahia, que perdia por 2×0, arremessaram as caxirolas em campo.

Distribuídos na entrada do estádio, os chocalhos inspirados no caxixi ecoaram durante toda a partida. Animados com o bom desempenho do Leão, os rubro-negros usaram a caxirola nas comemorações dos gols e nos gritos de torcida, com músicas como o funk carioca Lek Lek (Passinho do volante). “Faz um barulhinho bom, anima as músicas e tem som agradável", pontuou o torcedor Leonardo de Matos.

Mais tímidos e sem ter muito o que comemorar, os tricolores usaram discretamente a caxirola para tentar reanimar o time em campo. “Está difícil usar hoje, mas a ideia é boa”, ressaltou a torcedora do Bahia, Patrícia Macedo, 33 anos.

Apesar de ser comparada à vuvuzela, criticada por ser barulhenta e atrapalhar os jogos durante a Copa 2010, na África do Sul, a caxirola teve boa repercussão nos bastidores. “O instrumento é bacana, tem um som legal. É bom para nós e para os torcedores”, destacou o técnico do Bahia, Joel Santana, que em 2009 treinou a seleção sul-africana.

Caxirola
O estádio ainda estava vazio quando Brown entrou em campo uma hora antes do clássico para embalar o que ele batizou de primeira ola sonorizada do mundo.

Com o apoio de 300 percussionistas da Escola Pracatum, o músico baiano ensinou as diversas sonoridades que poderiam ter o instrumento.

"Podemos usar como chuá, aplausos, sambão”, explicava Carlinhos Brown aos poucos torcedores que já estavam nas arquibancadas. Em seguida, ele tocou com a caxirola o Hino Nacional e desafiou a torcida: “Criem seus motivos com a caxirola e levem para o estádio”.

Punição
Torcedores do Bahia lançaram dezenas de caxirolas no gramado, no final do primeiro tempo, logo após um discussão entre Maxi Biancucchi e Fahel — o Vitória vencia por 2×0. “Eu fiquei muito triste. A gente tem que ter mais educação”, lamentou o técnico do Vitória, Caio Júnior.

Ninguém ficou ferido, mas o Bahia pode ser punido pelo Tribunal de Justiça Desportiva (TJD). O Comitê Organizador Local (COL) informou que o instrumento é aprovado pela Fifa e que as imagens serão analisadas.

Informado sobre o incidente, o ministro do Esporte, Aldo Rabelo, que participa de encontro empresarial em Comandatuba, no sul da Bahia, lamentou: “Não é boa notícia”. Na sequência, tentou minimizar. “Não necessariamente vai acontecer algo semelhante se o Brasil estiver perdendo uma partida na Copa”.