Eles sofrem de hipertensão, não têm vida sexual ativa, mas mesmo assim se consideram felizes. Este é o perfil dos obesos no Brasil, de acordo com uma nova pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), em parceria com a Covidien. O estudo mostrou que a obesidade já atinge 18,5% da população brasileira (em 2007, o índice era de 12,1%), o que representa cerca de 25 milhões de pessoas.

Responsável pelo levantamento, o cirurgião Luiz Vicente Berti diz que ainda falta no país a compreensão de que a obesidade precisa ser tratada.

— As pessoas precisam entender que não se trata só de uma barriguinha de chope, mas sim de uma doença. A cada quatro pessoas, a obesidade mata uma. Por isso, é importante prevenir o problema — assinala Berti, presidente do conselho fiscal da SBCBM.

Segundo o médico, são realizadas cerca de 60 mil cirurgias bariátricas por ano no Brasil. No entanto, aproximadamente oito milhões de pessoas já têm indicação para fazer o procedimento.

— A cirurgia é a única saída eficaz para os obesos mórbidos. Com ela, o índice de perda de peso é de 30% a 35% do que a pessoa tinha antes. Mas não existe milagre: o alicerce é sempre comer direito e fazer exercícios, o que significa que a operação tem que fazer parte de uma mudança de hábitos — diz Berti.

Na cirurgia bariátrica, é feita a redução do estômago e do intestino. Depois de se submeter ao procedimento, o paciente deve adotar uma alimentação especial por certo tempo para que a cicatrização dos órgãos termine.

Para pessoas com obesidade leve, o tratamento clínico (dieta com atividade física) é a melhor opção, com redução de 7% do peso, em média, no período de um a dois anos. Obesos com grau moderado da doença podem considerar o implante do balão intragástrico, que ocupa parte do estômago, fazendo com que a ingestão de comida seja menor. O dispositivo promove a perda de 10% a 12% do peso anterior dentro de seis meses.

É possível saber o grau de obesidade por meio do cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) — peso dividido pelo quadrado da altura. Se o resultado for maior que 40, a doença já atingiu a morbidez.

As informações são do Extra Globo.