Na manhã desta terça-feira (12), a Polícia Federal, em colaboração com o Núcleo de Inteligência Previdenciária do Ministério da Previdência Social, deflagrou a Operação Zenon, visando desarticular uma organização criminosa envolvida em fraudes de benefícios de aposentadoria por invalidez nas cidades de Camaçari e Dias d’Ávila. As investigações, iniciadas há aproximadamente três meses, revelaram a concessão fraudulenta de vários benefícios previdenciários, nos quais dados falsos eram inseridos nos sistemas do INSS.
O grupo criminoso agia simulando a existência de processos judiciais que concediam aposentadorias por invalidez, sempre com valores salariais no limite máximo da Previdência. As averiguações revelaram que os números de processo eram inexistentes, e não havia cópias de decisões judiciais nos registros. Além disso, as matrículas dos supostos servidores responsáveis pelas concessões pertenciam a aposentados sem nenhum vínculo com o INSS.
Até o momento, foram identificados pelo menos 15 benefícios concedidos de maneira fraudulenta. Apesar da ação criminosa, o setor de monitoramento do INSS conseguiu bloquear os pagamentos a tempo, impedindo saques das aposentadorias por invalidez. Mesmo com os bloqueios, os fraudadores tentaram solicitar o desbloqueio, buscando receber valores retroativos que somariam aproximadamente R$ 70.000,00 cada.
O Ministério da Previdência estima que, caso os benefícios fraudulentos não tivessem sido bloqueados, o prejuízo poderia alcançar a cifra de 76 milhões de reais. Esse valor considera os pagamentos retroativos e os valores mensais que seriam disponibilizados vitaliciamente a cada beneficiário ao longo de suas vidas.
A operação contou com a atuação de cerca de 40 policiais federais, que cumpriram 08 mandados de busca e apreensão, 02 mandados de prisão temporária e 01 mandado de condenação definitiva. O nome “Operação Zenon” refere-se ao codinome utilizado por um dos fraudadores no seio do grupo.
Os envolvidos enfrentarão acusações que incluem associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informações, estelionato previdenciário (tentativa), entre outros crimes. As penas associadas a esses delitos podem totalizar mais de 15 anos de prisão.