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Um chileno desenvolveu uma maquina que, segundo seu inventor, “pode acabar com a pobreza no mundo”. Jose Manuel Moller, de 26 anos, criou um dispositivo funciona como uma máquina de café, mas "serve" produtos como arroz, feijão, lentilhas e sabão em pó em embalagens plásticas. Estas embalagens são feitas em um único formato e podem ser compradas no próprio mercado e reutilizadas quantas vezes for possível, sempre para o mesmo produto. O segredo da invenção de Moller está na reutilização da embalagem que, segundo ele, É um absurdo as pessoas paguem caro por uma embalagem que vão jogar fora depois.

O preço de 500 gramas do produto comprado na máquina é, em média, de 500 pesos chilenos (R$ 2) – cerca de 40% menos do que o preço normal nos armazéns de bairro, de acordo com Moller. "A venda a granel sempre existiu. Mas esse modelo tinha um problema, a higiene. Depois, veio o marketing, e as pessoas passaram a comprar produtos pelas marcas. O que estamos querendo fazer é reposicionar a venda a granel em relação à venda feita nos grandes supermercados, usando a tecnologia. É absurdo que as pessoas paguem caro por uma embalagem que vão jogar fora depois", disse o jovem inventor.

Moller explicou em entrevista para a BBC Brasil, que a ideia surgiu como um projeto no seu curso de graduação em engenharia comercial. "Quando era estudante, fui morar em um bairro da periferia de Santiago. Não era para ajudar ninguém ou salvar o mundo. Queria apenas viver do outro lado e entender os problemas do dia a dia", disse.

Ele percebeu que este hábito era muito comum na maioria das famílias que viviam em áreas pobres. No entanto, isto acabava tendo um peso maior no orçamento mensal. "Vivia com amigos em uma casa. Tínhamos pouco dinheiro. Por isso, comprávamos comida e produtos de limpeza semanalmente, em quantidades pequenas. Era o que podíamos pagar. No fim do mês, pagávamos muito mais pelo óleo de cozinha do que se comprássemos uma embalagem maior”, explicou. "A economia usa o argumento da conveniência. Você está com pressa e precisa do produto naquele momento, então, compra em um formato pequeno e, por isso, te cobram mais”, concluiu.


Por Joaquim Castro