Em junho de 1997, o mundo assistiu a uma luta histórica.
O lutador de boxe Evander Holyfield tinha perdido o título mundial dos pesos pesados em novembro do ano anterior para Mike Tyson.
A vitória na revanche, no entanto, veio de modo inesperado: Holyfield ganhou o cinturão de volta, após Tyson ser desqualificado depois de arrancar um pedaço da orelha do adversário.
Holyfield perdeu o título novamente no ano seguinte, mas ao voltar ao ringue em 2008, já tinha uma orelha quase perfeita, reconstruída por meio de uma cirurgia plástica.
Não é somente no ringue que se pode perder este órgão importante do corpo.
Acidentes de trânsito, mordidas de animais e agressão humana são alguns dos motivos mais comuns para a perda da orelha.
Somente em 2010, por exemplo, aconteceram 7.
706 acidentes de trânsito na capital baiana.
Além do trauma, os tumores e outras enfermidades como a lepra e leishimaniose igualmente podem se instalar em alguma região das orelhas e destruí-las parcial ou totalmente.
A mutilação acarreta traumas mais profundos, como a perda da autoestima e a deturpação da autoimagem, mas procedimentos cirúrgicos já são capazes de reverter a situação.
Há oito anos que o Hospital Ernesto Simões Filho realiza pelo Sistema Único de Saúde (SUS) cirurgias de reconstrução de deformidades na face e na orelha em pessoas acima dos 12 anos de idade.
A reconstrução pode ser feita “seja por perda parcial ou total das orelhas”, conforme explica a cirurgiã plástica responsável pelo procedimento, Ana Rita Peixoto.
“A gente procura diminuir o defeito e obtemos geralmente resultados satisfatórios”.
A perda da orelha não é tão incomum como possa parecer.
A médica informa que o setor recebe de quatro a seis pacientes novos por dia.
Dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) revelam que 27% das cirurgias plásticas em geral são reparadoras, sendo que muitos procedimentos são realizados em pacientes jovens.
Crianças – Para as crianças que nascem sem o órgão, a cirurgia reparadora pode ser realizada no Hospital Martagão Gesteira.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), cerca de 127 mil cirurgias são realizadas por ano em crianças ou seja, 21% do total de cirurgias estéticas ou reparadoras.
Geralmente ocorrem devido a acidentes, traumas ou má-formação.
Caso o paciente tenha perdido o lóbulo da orelha, o procedimento é feito com a retirada da cartilagem da região da costela, para fazer a escultura.
A modelagem do órgão é feito com a expansão da pele da cabeça.
A cirurgia possui de duas a três etapas, a depender do caso e dura em média uma hora.
Cada paciente passa por uma avaliação minuciosa antes de realizar o procedimento.
Segundo a cirurgiã, o tratamento não melhora a audição do paciente, pois a falta da orelha e ausência de audição congênita implica em estudos mais profundos da face.
“A função desse procedimento específico é trabalhar a autoimagem de quem faz a cirurgia”, afirma, explicando que é satisfatório reinserir a pessoa na sociedade.
Ana Rita tenta, deste modo, buscar a perfeição representada no símbolo de sua profissão.
O círculo incompleto perpassado pelo bisturi demonstra que a perfeição não é uma realização e sim uma constante procura a ser encontrada em cada paciente.
Confira onde realizar a cirurgia
Ernesto Simões Filho Praça Cons.
João Alfredo, nº 1 – Pau Miúdo.
Martagão Gesteira Rua José Duarte, nº 114 – Tororó.
(71) 3337-4069.
Para fazer uma consulta basta ir ao hospital às quartas-feira pela tarde.
Mais informações pelos (71) 3117-1661/1668.
*Fonte: A Tarde