A Assembleia Legislativa do Estado aprovou, nesta terça-feira, 2, o requerimento de urgência do projeto de reforma proposta pelo governador Rui Costa (PT). Com isso, a matéria pode ir a plenário na próxima semana para ser apreciada e votada. A reforma dominou os debates da sessão do Legislativo. Os deputados da bancada governista apontaram "avanços" propostos para melhorar a gestão, enquanto os da oposição classificaram os cortes de "tímidos" e que visam consertar supostos erros cometidos pelos dois governos de Jaques Wagner.

O deputado petista Carlos Brasileiro elogiou o enxugamento da máquina e a austeridade que ele identificou com a projeto de Rui. Enfatizou que o futuro governador atendeu, inclusive, uma reivindicação da oposição, a implantação do controle interno nas secretarias. Luiza Maia (PT) que tinha uma audiência na tarde de ontem fora da Assembleia, destacou a criação da Secretaria Hídrica no projeto e fez uma declaração polêmica, antes de deixar a Casa, dando combustível para a oposição criticar o futuro governador: "Que satisfação ver o meu governador encampando o retorno da CPMF (conhecido com o imposto do cheque). É um imposto de rico", disse.

Sem a presença da petista, o deputado Carlos Geílson (PTB) retrucou: "Ouvi da deputada Luiza Maia um disparate que, se alguém me dissesse, eu não acreditaria: defender a volta da CPMF e, pior, dizer que quem tem conta bancária é rico. Surpreende que Rui nem sentou ainda na cadeira de governador e já está contra o povo".

Com esse mote Geílson sustentou que um novo imposto seria para financiar um governo que não sabe gerir seus recursos e que a reforma propõe a extinção de cargos criados na gestão "do padrinho político de Rui, Wagner".

Enxugamento

O vice-líder da oposição Carlos Gaban (DEM) disse que a reforma acaba com secretarias que já não funcionavam como a Secretaria Especial da Copa (Secopa) e a dos Portos, criadas, segundo ele, para acomodar aliados. Ele considerou a privatização da Empresa Baiana de Alimentos (Ebal) uma "falha gritante" lembrando que a rede Cesta do Povo foi criada pelo falecido governador Antonio Carlos Magalhães para regular o preço dos gêneros alimentícios.

"Mas o produto mais vendido pela Cesta é, atualmente, a cerveja". Gaban calculou que se Wagner tivesse feito o mesmo enxugamento proposto por Rui agora (que resultará numa economia de R$ 200 milhões por ano), "o Estado teria economizado R$ 1,6 bilhão nos últimos oito anos". Mesmo criticando, a oposição pretende votar pela aprovação da reforma.*A Tarde.