Sensibilizada pela necessidade das pessoas que realizam a coleta de materiais recicláveis no aterro sanitário, representantes da empresa de Limpeza Pública de Camaçari (Limpec) se reuniram na manhã desta sexta-feira (14/7) com aproximadamente 40 catadores e recicladores que ainda frequentam irregularmente o local, para apresentarem formalmente a proposta de oferecer apoio jurídico e social para a formação de uma cooperativa, bem como auxílio no processo de cadastramento no Programa Bolsa Família.
A diretora-presidente da Limpec, Janete Ferreira, lembrou que a ação de retirada das pessoas do aterro sanitário é irreversível, visto que a permanência é proibida e perigosa para os catadores, que podem vir a óbito, como ocorreu na gestão passada, quando foram registradas três mortes. “Maquinas trafegam pelo local e acidentalmente podem atingir as pessoas”, esclarece ela.
Na ocasião, a gestora lembrou ainda que a medida está entre as condicionantes do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA) para a renovação da licença de operação do aterro, bem como para a sua ampliação. “Sei que essas pessoas sobrevivem da venda desses materiais coletados no aterro, e para isso trabalham em condições desumanas. Por entender a importância disso, nos mobilizamos a ajudá-los”, declara a diretora-presidente da Limpec, ao esclarecer que espera que as pessoas aceitem a proposta, “essa é uma ótima oportunidade para que eles mudem de vida”, finaliza ela.
A proposta agradou ao casal de catadores, Valter Santos, 42 anos, e Rosinalva da Silva, 37, que moram no Parque das Mangabas e há quase oito anos frequentam o aterro e por lá passam boa parte do dia catando o material. Juntos conseguem coletar cerca de 2 mil quilos. “É daqui que sustentamos nossas três filhas. Fiquei muito empolgado com essa proposta, pois acredito que trabalhar de forma coletiva e organizada é um bom negócio para todos, e, além disso, vamos ter condições mais dignas de trabalho”, disse o casal.
A Secretaria do Desenvolvimento Social (Sedes) será parceira da Limpec nessa iniciativa. A secretária da pasta, Simara Ellery, foi representada pela coordenadora de Economia Solidária, Sineide Lopes, que durante o ato, explicou a importância de uma cooperativa. “Os resultados do trabalho coletivo podem ser surpreendentes”, disse ela.
*Ascom