No sábado, 30 de janeiro, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez um novo apelo direcionado aos caminhoneiros. O mandatário brasileiro pediu que a categoria não faça uma nova paralisação, marcada para acontecer na segunda-feira, 1º de fevereiro.

“A gente apela para os caminhoneiros, eles realmente são o sangue que leva o progresso, todo o movimento dentro do Brasil. Não é eu que vou perder, o Brasil vai perder. Os senhores também vão perder”, afirmou Bolsonaro durante um passeio de moto por Brasília.

“Vocês têm razão nas reivindicações, no passado houve muita gente comprando caminhões, por planos de governos anteriores. Há um excesso de caminhões na praça. Isso ajuda a diminuir o valor do frete, o que não é bom”, acrescentou o presidente.

Bolsonaro também frisou que a redução da PIS/Cofins do óleo diesel traria um impacto bilionário para os cofres públicos e que, para adotar essa medida, o Governo Federal precisa indicar de onde viria a compensação pela perda dos recursos.

O valor do combustível é um dos pontos que tem gerado insatisfação na categoria. A situação foi agravada após o reajuste de 4,4% do óleo diesel nas refinarias, anunciado pela Petrobras ao longo da semana.

Ademais, o presidente ainda assegurou que não quer prometer o paraíso e que todos no Brasil estão “numa situação bastante complicada”.

“Olha, eu fiz um apelo aos caminhoneiros, que o Brasil todo perde com uma greve. Sabemos dos problemas deles, eu não quero culpar terceiros. Nós fizemos já alguma coisa por eles. Agora, fui em cima da Petrobras, para pegar números. Eu não interfiro na Petrobras”, explicou Bolsonaro.

“O preço do combustível registrado pelo [Roberto] Castello Branco, seu presidente, leva em conta basicamente o preço da cotação do dólar internacional e o preço do dólar internamente”, completou.

No caso da redução da PIS/Cofins sobre o diesel, hoje em R$ 0,33 por litro, o presidente destacou que a eliminação da contribuição traria um impacto de R$ 26 bilhões.

“A Receita apresentou para mim onde eu poderia achar parte desse recurso. É cobrir um santo e descobrir outro”, garantiu Bolsonaro.

“Eu gostaria -não sei se estou certo, porque tem que falar com o Paulo Guedes [ministro da Economia] antes- que não tivéssemos esse impedimento na Lei de Responsabilidade Fiscal, [de] ao diminuir imposto ser obrigado a achar a fonte para compensar o que foi diminuído em outro local. Se não tivesse, eu zeraria agora imediatamente os R$ 0,33”, estendeu.

Paralisação

As entidades que representam os caminhoneiros já anteciparam que pretendem iniciar uma greve para pressionar o Governo Federal a negociar uma pauta com dez exigências, em uma tentativa de repetir o movimento que, em 2018, parou o país por 11 dias e deu origem à tabela de preços mínimos para os fretes rodoviários.

No entanto, até o momento, a realização da paralisação não é consenso na categoria e enfrenta oposição de grupos patronais e do setor produtivo.

Prestes a começar o escoamento das safras de milho e soja, o agronegócio, que apoiou o movimento de 2018, ressalta que, neste momento, obstruir a logística seria uma atitude irresponsável.

Na sexta-feira, 29 de janeiro, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) proibiu a obstrução da Rodovia Presidente Dutra, sob pena de multa de R$ 10 mil para pessoas físicas e R$ 100 mil para pessoas jurídicas.

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