A crise no funcionalismo público de Camaçari é evidente e inegável. Os servidores públicos do município, inconformados com o atraso na concessão dos devidos e merecidos reajustes salariais referentes aos anos de 2016 e 2017, iniciaram há duas semanas uma campanha de paralisações intermitentes, comprometendo significativamente o acesso da população a diversos serviços. Os professores da rede municipal estão em greve desde o dia 10, também motivados pela esperança da correção salarial em atraso, mas estão de fato sem ministrar aulas nas escolas desde o início do mês.

As duas categorias insistem em seus movimentos de paralisação e greve, respectivamente, por acreditar que a Prefeitura tem condições de arcar com as despesas que suas reivindicações abarcam. De acordo com o prefeito de Camaçari, os cálculos apresentados nas argumentações dos sindicatos não representam a realidade da situação financeira do município.

Em conversa com a reportagem do site Bahia No Ar, o prefeito reafirmou que não se trata de falta de prioridade ou de reconhecer o valor das categorias, bem como reiterou que não há condições de conceder qualquer reajuste por conta da queda na arrecadação decorrente da crise financeira. “Os professores e os servidores são o maior patrimônio público de uma gestão. O que nos impede de conceder os reajustes é a situação financeira difícil pela qual estamos passando”, frisa.

Dos 25% destinados a Educação, Elinaldo garante que não há como direcionar uma quantia maior para folha de pagamentos. “Nós já destinamos 78% deste montante para pagamento de pessoal. Sobra apenas 22% para investir no restante, como infraestrutura. Na saúde a situação é bem parecida”, diz, acrescentando que uma série de medidas estão sendo tomadas no intuito de restaurar o equilíbrio financeiro do município. “Estamos organizando a casa e esperamos que, a partir do início do ano que vem, possamos atender todas essas demandas”, diz.

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