O governo da Bahia não aderiu ao projeto elaborado pelo Ministério da Justiça que visa conquistar o controle de territórios que hoje são dominados pelo crime organizado. Apesar de ter as cidades mais perigosas do país e conter um saldo elevado de homicídios por ano, a gestão de Jerônimo Rodrigues (PT) preferiu abrir mão da proposta, uma das pautas principais do presidente Lula, líder da legenda.
Nos bastidores, a cúpula da segurança pública justificou a negativa pelo não convencimento da eficácia da intervenção policial pensada pelo ministério; que o crime organizado não é o principal fator de insegurança no Estado; e que o efetivo existente é pouco para uma ocupação tão complexa.
Em nota, a pasta baiana responsável pelo assunto, a SSP, alegou que está trabalhando de forma colaborativa com o ente federal em prol da modernização e união de esforços para combater as organizações criminosas. Porém, a realidade é outra, pois cerca de 21 grupos dominam as 417 cidades do Estado e, cada vez mais, conseguem mais controle, segundo dados da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).
Agora, com a recusa de Jerônimo, o Ministério da Justiça trabalhará apenas com o Rio Grande do Norte, comandado por Fátima Bezerra (também petista), que logo aceitou o projeto e desejou ser um modelo. Além da pasta, o plano conta com a participação da Universidade de São Paulo (USP), maior do país.
