O homem acusado de matar a própria companheira no bairro de Sete de Abril, em Salvador na segunda-feira (26), se apresentou na tarde desta quinta-feira (29), na sede do Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP). De acordo com informações da Polícia Civil.
Identificado por Edemir Neri, ele confessou ter matado Ruana Karina dos Santos Silva, de 24 anos, na residência onde o casal morava, na frente dos dois filhos do casal.
Edemir está com um mandado de prisão preventiva e deverá passar por uma audiência de custódia nos próximos dias. O corpo de Ruana foi levado para o Pará e será enterrado nesta quinta-feira na cidade de Marabá, onde a família da vítima reside.
RELEMBRE
Após matar a companheira dentro da casa onde viviam, Edemir era considerado pela polícia foragido. Karina foi executada pelo homem dentro de casa por golpes de faca. Ela relatava as agressões que sofria a amigos e parentes. Há alguns meses ela escreveu para uma amiga e para a família no final de 2023, ela chegou a afirmar que morreria.
“O pai dos meninos quase me mata agora. Eu vou morrer”, escreveu Ruana junto com uma foto do rosto.
Na mesma época, a jovem de 24 anos compartilhou um áudio com uma amiga, em que detalha uma das agressões que passou.
“Jogou a lata de cerveja aqui em mim, molhou a casa toda aqui agora, a lata de cerveja na minha perna aqui, entendeu? E está aqui agressivo, porque tá bebendo”, disse na época se referindo ao homem.
As agressões eram constantes. Ela relatou a outra amiga e a mulher chegou a ir na casa de Ruana. Ela chegou ao local e viu tudo aparentemente calmo, achou que a briga tivesse cessado, mas depois, ao tentar entrar em contato novamente com Ruana, ela não obteve resposta.
Relacionamento conturbado antes de ser morta na frente dos filhos
Ruana nasceu no Pará e morava em Salvador desde a adolescência. Ela conheceu o homem vendendo filtros de porta em porta. Engatou o relacionamento e não conseguiu mais trabalhar, porque era impedida por ele.
Os familiares contam que o relacionamento durou 7 anos. O casal tinha um menino e uma menina. Segundo a família, as agressões eram constantes e homem sempre batia em Ruana.
A família deu entrevista à TV Bahia. Vizinhos do casal também relataram situações de violência contra a mulher.
“Briga para lá, briga para cá. Chamava, dava atenção, mas não tinha jeito. Ele dizia que: ‘mulher é assim e eu vou fazer coisa errada’. E eu dizia: ‘não faça coisa errada. Você tem que olhar seus filhos'”, pontuou Nicomendes de Jesus, vizinho da vítima.
Tem que deixar esse assassino na cadeia pro resto da vida