O Bahia está prestes a deixar as páginas esportivas para virar assunto do caderno policial. Nesta quarta-feira, o interventor Carlos Rátis se reuniu com o secretário estadual de Segurança Pública, Maurício Barbosa, para encerrar de uma vez por todas os problemas que impediram o cumprimento do mandado judicial que determina a regularização do conselho do clube e a realização de novas eleições.

Desde que o ex-presidente Marcelo Guimarães Filho foi afastado por decisão do juiz Paulo Albiani, no início deste mês, funcionários do setor de recursos humanos e também do marketing e do financeiro deixaram de aparecer para trabalhar, o que impossibilitou o levantamento de dados por parte do interventor e transformou o clube em um caos administrativo.

Além disso, foram encontradas salas trancadas e computadores bloqueados com senha na sede do Bahia. No último domingo, Rátis cogitou pedir o apoio da Polícia Técnica para ter acesso a informações acerca da administração do clube.

– O secretario Maurício Barbosa nos assegurou que vai instaurar um inquérito para averiguar o descumprimento da ordem judicial. Já se passa duas semanas e nenhum funcionário voltou ao trabalho. Estamos com dificuldades no cumprimento dos nossos objetivos. O secretário assegurou que todas as providências serão tomadas. Hoje mesmo deve ser instaurado um inquérito policial – declarou Carlos Rátis logo após a reunião com Maurício Barbosa.

Além das dificuldades para dar sequência no cumprimento da ordem judicial, Rátis encara sérios problemas administrativos no Bahia. O salário do mês de junho dos jogadores está atrasado. Na sexta-feira passada, o interventor esteve em um banco da capital baiana e quitou os vencimentos de funcionários que recebem até R$ 5 mil. Na última terça-feira, o site oficial do clube saiu do ar por falta de pagamento. O servidor que hospeda o portal do Tricolor já registra cinco meses sem receber pela prestação de serviços. Os telefones da sede administrativa do Bahia também estão fortados por falta de pagamento.

G1*