O pré-candidato do PT ao governo da Bahia, Jerônimo Rodrigues, minimizou nesta quinta-feira (21) as pesquisas de intenção de voto que apontam a liderança do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), seu principal adversário na disputa, e lembrou que Jaques Wagner (PT) e Rui Costa (PT) foram eleitos num cenário de desvantagem, conforme levantamentos feitos à época.

Em entrevista ao programa Bahia no Ar, da Rádio Sucesso FM, o ex-secretário estadual de Educação admitiu que há um desconhecimento do seu nome por parte da população. Por isso, aposta na estratégia de colar sua imagem na figura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para atrair votos.

“Se você buscar na história, em 2006 a gente padeceu desta mesma situação. As pesquisas e uma parte da imprensa diziam que não teria segundo turno na Bahia quando Wagner enfrentou o então governador [Paulo Souto], que foi concorrente dele. E realmente não teve segundo, mas foi a gente, foi o Wagner que venceu as eleições em 2006”, afirmou Jerônimo.

Em sua avaliação, as pesquisas também erraram quando o candidato do PT era Rui Costa. “Em 2014, a gente voltou na histórica com a mesma situação. O nosso candidato à época, Rui Costa, tinha uma baixa taxa de conhecimento. Acabou que a gente aparecia ali, nas pesquisas, abaixo. E novamente apareceu a conversa de que não haveria segundo turno, que nós perderíamos no primeiro turno. Uma parte foi verdade: não teve primeiro turno. Mas quem ganhou novamente foi o nosso time”, disse.

Para Jerônimo, o termômetro do corpo a corpo nas ruas é tão importante quanto as pesquisas. E diz que, diferentemente de ACM Neto, ele já conhece a Bahia. “Ele mesmo afirma que está indo ao interior conhecer a Bahia. A gente já conhece a Bahia por dentro”, declarou.

Nas palavras do pré-candidato petista, ao dizer que Lula é sua “muleta”, o ex-prefeito age com desrespeito e ao estilo do avô, o ex-governador ACM (1927-2007). “Essa fase da política já passou. É da idade do avô dele. Ele tem idade nova, mas a cabeça dele é de gente idosa. Daquela forma de pensar política, maltratando, pisando no pé, sendo deselegante. O ex-prefeito é deselegante. Ele não gosta de esperar. Ele é nascido num ambiente que não tem nada a ver com o povo da Bahia. Ele ainda vem perversidade e maus-tratos. Eu nãos sei como é que esse povo que acompanhe ele aguenta tanta humilhação”, criticou Jerônimo

O ex-secretário então recordou de um episódio em 2005, quando, durante um discurso na Câmara dos Deputados, ACM Neto ameaçou dar “uma surra” no então presidente Lula. “Uma malcriação. Pode ser que seja medo, receio, deve estar tenso ou nervoso. Ele andou dizendo primeiro que queria dar uma surra no Lula. Todo mundo lembra disso”, citou Jerônimo.

O ex-secretário também vê ACM Neto alinhado ao presidente Jair Bolsonaro (PL). “O ex-prefeito, eu não sei se ele tem coragem, se ele tem vergonha. Deve ter alguma frustração, porque ele não assume o lado dele. Em 2018, quem fez campanha pra Bolsonaro foi ele. Na Bahia, todos os cargos federais são ocupados pelos partidos que compõem a base dele. Então ele está envolvido na indicação dos cargos”, acrescentou, Jerônimo, que exalta a presença de Lula em seu palanque.

“O único estado em que ele participou publicamente de três grandes eventos foi a Bahia. Eu serei o governador da Bahia e farei mais do que Rui, porque Rui, infelizmente, não teve a parceria do governo federal. E eu serei o governador da Bahia tendo Lula como parceiro, que é bem amigo da Bahia, e a Bahia bem o conhece”, afirmou.

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